A possibilidade de isenção de tarifas de até 50% sobre as exportações brasileiras para os Estados Unidos trouxe alívio para setores exportadores — especialmente café, frutas e carnes — que vivem a expectativa do início da aplicação, marcado para sexta-feira (1º). A declaração do secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, feita nesta terça-feira (29), indicou que determinados recursos naturais podem ser isentos da tarifa, embora não tenha mencionado especificamente o Brasil.
Possível isenção de tarifas para produtos brasileiros
Howard Lutnick afirmou que alguns produtos, como café, manga, abacaxi e cacau, que não são produzidos nos Estados Unidos, poderiam ter a tarifa zerada. No entanto, ele não especificou os países beneficiados nem confirmou se o Brasil entra nesse grupo. Ainda assim, a declaração gerou esperança no setor produtivo brasileiro, que enfrenta o impacto de uma sobretaxa de 50% nas exportações para o mercado norte-americano.
Importância do Brasil para o mercado dos EUA
O Brasil é responsável por aproximadamente um terço das importações de café pelos Estados Unidos, com 17% de todo o café brasileiro exportado ao país entre janeiro e maio de 2023, o que equivale a cerca de 3,3 milhões de sacas. Além do café, os Estados Unidos dependem de produtos brasileiros como frutas tropicais — bananas, abacates, laranjas — além de sucos, cana-de-açúcar e carne bovina frozen.
Produtos agrícolas e potencial impacto
Se a lista de recursos naturais for ampliada para incluir carnes vermelhas, principalmente carne bovina desossada congelada, o Brasil também poderá ser beneficiado com tarifa zero. Segundo especialistas, essa medida contribuiria para manter a competitividade dos produtos brasileiros no mercado norte-americano, especialmente em um momento de aumento de tarifas e restrições comerciais.
Perspectivas futuras e contexto internacional
Apesar do tom otimista em declarações oficiais, o governo brasileiro mantém a expectativa de que as negociações possam evitar o impacto total da tarifa, que entraria em vigor na próxima sexta-feira. O cenário ainda é incerto, mas a declaração de Lutnick sugere uma potencial reversão ou flexibilização na aplicação das tarifas de Trump, especialmente para recursos considerados estratégicos ou essenciais.
Mais detalhes sobre as negociações e possíveis alternativas devem ser divulgados nas próximas semanas, enquanto os setores se preparam para o possível impacto econômico. A expectativa é de que as tarifas, se aplicadas totalmente, possam afetar significativamente o comércio bilateral, mas a possibilidade de isenções parciais oferece um alívio importante para exportadores brasileiros.
