Brasil, 30 de julho de 2025
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Estados Unidos destrói quase US$ 10 milhões em contraceptivos destinados a países pobres

Decisão gerou revolta internacional e críticas de políticos e ativistas, que consideraram o ato cruel, desnecessário e uma forma de desperdício

O governo dos Estados Unidos anunciou a queima de cerca de US$ 9,7 milhões em contraceptivos enviados a países em desenvolvimento, apesar de existirem alternativas de doação. A medida, prevista para ocorrer na França, foi justificada pelo Departamento de Estado com base na política do México City, uma legislação anti-aborto reinstalada na gestão Trump, que restringe auxílio internacional a organizações que oferecem ou apoiam o aborto.

Política de restrição e suas consequências

A decisão contraria várias organizações globais que se dispuseram a comprar ou reembalar os itens, evitando o descarte. Segundo fontes da Reuters, o gasto de US$ 167 mil será feito para incinerar as 500 toneladas de contraceptivos, incluindo implantes, pílulas e dispositivos intrauterinos, que têm validade de até 2031. O governo norte-americano afirmou que preservará preservativos e medicamentos contra HIV, mas manterá a destruição dos demais itens.

Um porta-voz do Departamento de Estado afirmou que a legislação impede a doação de produtos relacionados ao aborto, justificando a queima como uma aplicação da política do México City. Essa política, reforçada pelo governo Trump, veta o financiamento ou colaboração com organizações que apoiem o aborto, mesmo no auxílio à saúde reprodutiva de mulheres e meninas em países pobres.

Reações da sociedade e políticos

Vários políticos e ativistas condenaram a decisão. A congressista democrata Judy Chu declarou estar “horrorizada” e classificou a medida como “cruel, vergonhosa e mais um desperdício do dinheiro do contribuinte”.

A ativista Beth Davidson, de Nova York, alertou que sem acesso a métodos contraceptivos, aumentará o número de abortos inseguros, elevando o risco de mortalidade materna. “Mulheres e meninas podem morrer por causa dessa política de Trump”, afirmou, enfatizando a hipocrisia por trás do ato.

Reação nas redes sociais

A opinião pública também foi unânime na indignação. “Seria mais barato entregá-los do que queimá-los. É puro rancor”, disse um usuário no Reddit. Outra pessoa criticou: “Justamente o contrário do que dizem, que estão cortando desperdícios”.

Comentários na plataforma Twitter também refletiram o sentimento geral: “A crueldade é o objetivo”, escreveu um internauta, destacando o impacto social e humanitário dessas ações.

Implicações e perspectivas futuras

Especialistas alertam que o descarte de contraceptivos reforça o retrocesso nos direitos reprodutivos e contribui para o aumento de riscos à saúde feminina em países vulneráveis. Organizações internacionais continuam tentando encontrar formas de mitigar os efeitos dessas políticas.

A oposição ao governo americano promete pressionar por esclarecimentos e ações que minimizem os prejuízos sociais e humanitários causados por essa postura. A controvérsia reforça o debate global sobre aborto, assistência internacional e direitos de mulheres em regiões mais pobres.

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