Às vésperas da implementação da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, empresários americanos solicitaram ao governo de Donald Trump que reconsidere a medida. A manifestação, por meio de uma carta da U.S. Chamber of Commerce, destaca os riscos de o tarifão gerar retaliações contra exportações dos EUA e prejudicar empresas, agricultores e trabalhadores no Brasil.
Alerta contra condicionantes judiciais na decisão tarifária
A carta produzida pela maior entidade empresarial dos Estados Unidos alerta a Casa Branca sobre a tentativa de condicionar a tarifa a processos judiciais no Brasil, incluindo o caso do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF, considerado por Trump como uma “caça às bruxas”.
O documento, dirigido ao secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, recomenda que a administração Trump concentre-se em investigações sobre práticas comerciais desleais, evitando que o debate seja motivado por questões políticas internas brasileiras. Segundo a U.S. Chamber, o foco na análise técnica é fundamental para evitar atritos desnecessários.
Preocupações do setor privado e possíveis repercussões
Embora haja espaço para discutir tarifas com o Brasil, empresários americanos defendem que essa conversa deve ocorrer após uma apuração rigorosa, para evitar custos excessivos às pequenas empresas que importam produtos brasileiros e às cerca de 4 mil companhias americanas com operações no Brasil.
A entidade também adverte que a ameaça de tarifação pode unir diferentes partidos políticos brasileiros na defesa da soberania nacional, abrindo caminho para retaliações a exportações americanas, empresas de tecnologia e até a violação de patentes. “O setor privado dos EUA está atento às possíveis medidas de resposta do Brasil, que podem ser copiadas por outros países afetados,” destaca a U.S. Chamber.
Risco de escalada e impacto econômico
O governo brasileiro mantém postura cautelosa quanto às possíveis medidas de retaliação, mas o risco de conflito comercial preocupa o setor privado dos Estados Unidos. Caso o Brasil adote ações de resposta, isso pode ampliar os prejuízos, afetando negócios em ambos os lados e agravando a disputa comercial global.
Segundo a entidade empresarial, a escalada do conflito tarifário pode gerar um efeito dominó, prejudicando tanto agricultores quanto empresas de tecnologia que dependem do mercado brasileiro, além de ameaçar acordos de patentes e investimentos internacionais.
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