O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) se tornou o centro de uma intensa polêmica no cenário político brasileiro após suas ações relacionadas ao recente tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Brasil. Desde julho de 2025, ao menos cinco pedidos de cassação do mandato foram protocolados na Câmara dos Deputados, evidenciando a tensão crescente entre o governo brasileiro e a oposição, em especial o Partido dos Trabalhadores (PT).
A linha do tempo dos pedidos de cassação
Desdobramentos na Câmara
Os pedidos de cassação começaram a ganhar corpo após declarações polêmicas de Eduardo. Veja a linha do tempo:
- 27 de maio: O PT solicita a cassação do mandato de Eduardo Bolsonaro devido a um comentário que fez, afirmando que só voltaria ao Brasil após o ministro Alexandre de Moraes ser sancionado pelos EUA.
- 10 de julho: Uma nova solicitação é apresentada pelo PT, após Eduardo celebrar as tarifas de 50% anunciadas por Trump.
- 10 de julho: O PSOL também apresenta um pedido de cassação, argumentando que Eduardo apoiou a medida.
- 17 de julho: O PT inicia a coleta de assinaturas para a suspensão preliminar do mandato do deputado.
- 21 de julho: O PT pede o bloqueio do salário de Eduardo na Câmara, que havia retornado de licença no dia anterior.
A mudança para os EUA
Eduardo Bolsonaro mudou-se para o Texas em março, alegando que temia pela apreensão de seu passaporte ao retornar ao Brasil. O parlamentar passou a se afirmar como um intermediário em Washington, tentando influenciações nas relações com o governo americano quanto às políticas de seu colega ex-presidente Jair Bolsonaro.
Após a cúpula de líderes do Brics, o governo norte-americano formalizou as sanções contra o Brasil, o que trouxe à tona diversas críticas e o respaldo das ações de Eduardo por partes de figuras conservadoras nos EUA. Na carta que enviou ao presidente Lula, Trump fez críticas contundentes ao tratamento dado a Jair Bolsonaro, enfatizando que a “caça às bruxas” em seu governo deveria ser encerrada imediatamente.
Justificativas e reações à cassação
A liderança do PT, sob o comando do deputado Lindbergh Farias (RJ), rapidamente se mobilizou para apresentar a primeira representação formal contra Eduardo, que, segundo eles, violou a soberania do país ao buscar sanções estrangeiras. Eduardo gerou um clima de indignação ao afirmar que a ação de Moraes era um reflexo de um “establishment” que apoiava uma escalada autoritária no Brasil.
Além disso, o PSOL acrescentou suas vozes nas acusações de quebra de decoro parlamentar e conspiração contra a soberania nacional. A líder da bancada, Talíria Petrone (RJ), destacou a gravidade do comportamento do deputado, sugerindo que ele coloca sua agenda pessoal acima do bem-estar do país.
Desdobramentos financeiros e políticos
Com a pressão crescendo sobre Eduardo, a liderança do PL começou a considerar alternativas para protegê-lo e garantir que ele pudesse manter seu mandato. Uma das opções discutidas foi a nomeação para um cargo em administrações estaduais alinhadas, evitando assim a cassação de seu mandato.
No entanto, o PT não deixou a situação esfriar. Com estratégias repassadas, o partido reiterou pedidos de bloqueio do salário de Eduardo, que gira em torno de R$ 43 mil mensais e a proposta de prisão preventiva, alegando que as ações do deputado são uma afronta direta ao Estado brasileiro.
O clima continua tenso na Câmara dos Deputados, onde as disputas políticas estão à flor da pele. A situação de Eduardo Bolsonaro pode reverberar em consequências não apenas para sua carreira, mas para todo o cenário político do país, à medida que os partidos se mobilizam para debater a liberdade de ação de seus representantes e os limites da influência externa sobre a política nacional.
Enquanto isso, a sociedade observa atentamente o desenrolar dos acontecimentos, ciente de que as decisões tomadas na Câmara podem impactar profundamente o futuro político do Brasil.