Em meio a um período desafiador, em que o Corinthians se distanciou das disputas pelos principais títulos, a paixão de seus torcedores parece inabalável. A “Pesquisa O GLOBO/Ipsos-Ipec – As maiores e mais fanáticas torcidas do Brasil” evidencia o fanatismo dos corintianos, que se mostram resilientes ao acompanhar o clube no dia a dia e na tristeza de derrotas.
Entenda o fanatismo dos corintianos
A pesquisa avaliou o nível de fanatismo dos torcedores em uma escala de 0 a 10, levando em conta fatores como frequência de assistências a jogos — seja no estádio ou pela televisão —, impacto emocional em derrotas, uso de acessórios e consumo de notícias sobre o time. Neste levantamento, foram consideradas as torcidas de Flamengo, Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Vasco, que atingiram uma base amostral suficiente para análise.
Divisão entre fanáticos e desencantados
A pesquisa revelou um panorama interessante: 34,2% dos torcedores do Corinthians atribuíram notas 9 e 10 ao seu amor pelo time, enquanto uma proporção considerável, 28,1%, optou por notas entre 0 e 4. Essa divisão não desanima, pois 49,1% afirmaram que assistem jogos “sempre” ou “frequentemente”, superando Flamengo (47,7%) e outros clubes.
Engajamento digital e consumo de notícias
Além de acompanhar os jogos, 49,1% dos corintianos também se mantêm informados sobre as novidades do time, com frequência que só é ligeiramente menor que a dos flamenguistas (49,6%). Eles são os mais bem colocados no quesito consumo de notícias, à frente dos torcedores de São Paulo (45,7%), Palmeiras (41,4%) e Vasco (36,7%).
A paixão se reflete no vestuário
Os corintianos mostram seu amor pelo clube também através da moda: 23,3% afirmaram que usam roupas ou acessórios temáticos “sempre” ou “frequentemente”. Esse percentual é apenas um pouco abaixo dos flamenguistas (27,9%) e supera os torcedores dos outros times da pesquisa.
A cultura da resistência entre os torcedores
João Ricardo Cozac, presidente da Associação Paulista da Psicologia do Esporte, explica que a identidade corintiana é marcada por uma “cultura de resistência”, algo que mantém o engajamento dos torcedores mesmo em tempos difíceis. “Essa polarização entre compromisso e desencanto é reflexo de um histórico de frustrações e crises”, afirma Cozac.
Histórias de torcedores apaixonados
Nayara Perone, uma empresária de 38 anos, exemplifica essa paixão. Com cerca de 80 camisas do Corinthians, ela dedicou um espaço no guarda-roupa apenas para esses itens. “Minha primeira camiseta é de 1995. Sempre busco uma promoção quando saem novos modelos”, compartilha Nayara, que também tem jaquetas e bonés do time.
As histórias de amor ao Corinthians não são raras. Como deve ser para muitos românticos do futebol, a paixão é um laço que une torcedores a momentos marcantes, mesmo diante de desafios e de crises. Nos lares corintianos, a vitória é esperada e a derrota, lamentada, mas jamais será abandonada.
A pesquisa, realizada pela Ipsos-Ipec entre 5 e 9 de junho de 2025, entrevistou 2.000 pessoas acima de 16 anos em 132 municípios brasileiros. Com um nível de confiança de 95%, a margem de erro é de 2,2 pontos percentuais.
