Brasil, 30 de julho de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Carlos Brandão critica Tarcísio por tratar com os EUA sem Lula

O governador do Maranhão enfatiza a importância de ouvir liderança federal nas negociações sobre tarifas impostas pelos EUA.

Em um pronunciamento firme, o governador do Maranhão, Carlos Brandão (PSB), manifestou sua oposição à abordagem do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), nas negociações a respeito do chamado “tarifaço” de 50% imposto pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Segundo Brandão, não é prudente avançar sem consultar as altas autoridades do país, referindo-se diretamente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao vice-presidente Geraldo Alckmin. Sua afirmação foi feita em entrevista ao portal Metrópoles.

A postura de Brandão

Durante a entrevista, Carlos Brandão salientou que a condução das tratativas internacionais deve ser centralizada e que a tentativa de Tarcísio de estabelecer uma “relação paradiplomática” é inadequada. “Quando o presidente Lula delegou ao vice Alckmin a condução do processo, devemos ouvir primeiro o vice-presidente”, disse Brandão, reforçando a necessidade de respaldo das lideranças federais antes de qualquer ação.

Ele criticou a postura do governador paulista, afirmando que a desaceleração das negociações está se tornando um tema delicado e que pode criar desuniões no Brasil. “Não dá para atropelar o vice e o presidente Lula, sem entender o que eles estão pensando”, completou.

A relação entre os governadores

Brandão apontou que há uma divergência de interesses entre os estados na condução dessas negociações. O governador do Maranhão acredita que Tarcísio pode ter sua própria agenda, uma vez que está sendo considerado um potencial candidato à Presidência em 2026, o que poderia influenciar sua relutância em se submeter à liderança de Lula nesse processo de negociação com os EUA.

“O Tarcísio talvez não queira estar sendo liderado pelo presidente Lula nesse processo”, disse, sugerindo que a movimentação do governador paulista possa ter motivações políticas pessoais além das necessidades do setor produtivo.

Os impactos do tarifaço

O tarifaço de 50% aplicado pelo ex-presidente Donald Trump afeta diretamente o comércio exterior brasileiro. Brandão destacou que 70% do combustível consumido pelo Maranhão é importado através do porto de Itaqui, o mais próximo dos Estados Unidos. Além disso, ele explicou que a tarifa terá um efeito imediato mais severo no setor de celulose, onde a Suzano, maior empresa do segmento no Brasil, poderá enfrentar uma diminuição de 16% em seu faturamento devido à queda nas exportações para os EUA.

“As fábricas mais atingidas serão as da Bahia e do Maranhão, onde há um maior volume de vendas para os Estados Unidos”, enfatizou Brandão, que fez um apelo para que as lideranças federais se unam neste momento crítico.

Possíveis soluções e a necessidade de união

O governador do Maranhão convergiu suas críticas para a necessidade de um diálogo amplo, incluindo diversas vozes e preocupações de todo o Brasil, para abordar a questão das tarifas e garantir que os produtos brasileiros não sejam prejudicados no cenário internacional. Ele acredita que apenas uma abordagem unificada pode mitigar os danos financeiros aos estados e suas economias.

Brandão finalizou sua análise ressaltando que a construção de soluções deve envolver todos os níveis de governo e diálogo permanente entre os estados e a União. “Precisamos de união e uma escuta ativa das lideranças, para que as soluções sejam eficazes e abrangentes”, concluiu.

Em um momento onde as relações internacionais estão cada vez mais complexas e influenciam diretamente a economia interna, a habilidade de dialogar e negociar será crucial para a recuperação econômica e os interesses do Brasil no comércio global.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes