A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi presa nesta terça-feira (29/7) nos arredores de Roma, Itália. A informação foi confirmada pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). A notícia rapidamente gerou reações nas redes sociais, especialmente entre deputados de esquerda que celebraram a prisão da parlamentar.
A reação de deputados à prisão de Zambelli
A deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS) foi uma das primeiras a se manifestar, afirmando que Zambelli havia fugido do país após debochar da Justiça. “Grande dia, encontraram a foragida!”, escreveu Melchionna, enfatizando que a extrema direita precisa entender que “há justiça e que eles não ficarão impunes por seus crimes”.
A deputada Erika Hilton (Psol-SP), por sua vez, compartilhou um meme e comemorou o fato da polícia ter encontrado Zambelli. O deputado federal André Janones (Avante-MG), cujo mandato está suspenso por três meses, se referiu à parlamentar como “pistoleira” e declarou: “A pistoleira da Carla Zambelli ACABA de ser PRESA!! Eu avisei na sua cara que você pagaria por todos os seus crimes.”
Motivos da prisão e ações legais
O nome de Zambelli havia sido incluído na lista de alerta vermelho da Interpol desde que deixou o Brasil, com a informação de que estaria na Itália. A prisão acontece após a parlamentar ter sido condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão e perda do mandato, por ter invadido o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Esse ato foi realizado em parceria com o hacker Walter Delgatti Neto, com a intenção de incluir um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes.
Durante sua fugas, Zambelli encontrou refúgio na Itália, país onde possui cidadania. Apesar das tentativas do governo brasileiro de extradição, o processo até então não havia avançado.
Desdobramentos da prisão e declarações de autoridades
O deputado italiano Angelo Bonelli, do partido Europa Verde, afirmou em suas redes sociais que foi ele quem alertou a polícia italiana sobre a localização de Zambelli. Em nota, a PF informou que a prisão da deputada é resultado de uma cooperação policial internacional entre a PF, a Interpol e agências de segurança da Itália.
“A presa era procurada por crimes praticados no Brasil e será submetida ao processo de extradição, conforme os trâmites previstos na legislação italiana e nos acordos internacionais dos quais o Brasil é signatário”, destaca a PF na nota divulgada.
Contexto da prisão de Carla Zambelli
A prisão de Carla Zambelli não é apenas um evento isolado, mas se insere em um contexto mais amplo de tensões políticas e jurídicas no Brasil. Desde sua atuação como deputada, Zambelli tem sido uma figura polarizadora, frequentemente defendendo posições da extrema direita e alinhada ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Seu envolvimento em crimes, como a tentativa de invasão de sistemas judiciais, levanta questões sobre a integridade do exercício da política no Brasil e sobre as consequências legais que esses atos podem acarretar. A comoção nas redes sociais e a forte reação de parlamentares refletem não apenas uma vitória em termos judiciais, mas também um sinal de que os desdobramentos políticos precisam ser acompanhados com rigor.
Perspectivas futuras
À medida que o processo de extradição se desenrola, a atenção continua voltada para como as instituições brasileiras e italianas cooperarão nesse cenário. A expectativa é que a prisão de Zambelli sirva como um exemplo de que a legislação e a justiça não são apenas palavras, mas princípios que devem ser respeitados e aplicados, independentemente de posicionamentos políticos.
Esse caso também levanta um debate sobre as ações das autoridades em situações de crimes políticos e a necessidade de mecanismos mais eficazes para garantir que os responsáveis respondam por seus atos, seja no Brasil ou no exterior.
À medida que novas informações sobre a situação de Carla Zambelli emergirem, a cobertura e o escrutínio público continuarão a ser fundamentais para garantir que a justiça prevaleça.
