Brasil, 29 de julho de 2025
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Café brasileiro: importância e efeitos de sobretaxa nos EUA

O Brasil, maior produtor, destaca-se na exportação para os Estados Unidos, enquanto o impacto da nova tarifa será restrito e focado no café solúvel

Os Estados Unidos não têm como substituir o café brasileiro, destaca Marcio Candido Ferreira, presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). De janeiro a junho, o país enviou 3,3 milhões de sacas aos EUA, que representam 18% das exportações brasileiras de café e mais de um terço do café importado pelos americanos.

Impactos esperados e resiliência do setor

Ferreira afirma que, apesar da possibilidade de uma sobretaxa de 50% sobre produtos importados do Brasil, o impacto será limitado, afetando principalmente o café solúvel, de maior valor agregado. Os efeitos, segundo ele, não devem ser catastróficos para o setor, que pode negociar temas relevantes e manter a importância no mercado mundial.

“O Brasil é o maior produtor de café do mundo e deve manter sua posição com postura equilibrada nas negociações”, reforça Ferreira. Ele avalia que a iniciativa dos Estados Unidos não deve levar à substituição total do café brasileiro, já que a produção nacional possui características únicas, como corpo, dulçor e acidez, essenciais em blends.

Desafios e adaptações do setor cafeeiro

Mesmo que fosse possível substituir o café brasileiro, o desenvolvimento de novas linhas e testes com consumidores poderiam levar de um a três anos, explica o presidente da Cecafé. A produção global, especialmente após problemas climáticos recentes, tem se mantido com preços elevados, atingindo uma média de US$ 450 por saca, perto do recorde de US$ 477 em 2014.

Ferreira destaca que a alta de preços não reduziu o consumo, como ocorreu em 1977, momento em que os níveis de preço também chegaram a valores históricos. “Se os importadores americanos optarem por outros países, a produção brasileira será redirecionada, pois o mercado americano necessita do café para blends”, enfatiza.

Diálogo com os Estados Unidos e perspectiva de mercado

O presidente da Cecafé reforça que o setor mantém contato constante com a National Coffee Association (NCA), o principal representante do setor de café nos EUA. Recentemente, debates ocorreram sobre a tarifa de 10% prevista pelo governo americano. Ferreira lembra que, mesmo diante de níveis recordes de preços, o consumo doméstico se manteve, indicando resiliência do mercado.

“A importância do café brasileiro para os EUA é enorme, de mais de 200 anos de comércio e com cerca de 33% do café vendido pela Starbucks vindo do Brasil”, afirma Ferreira. Apesar de possíveis impactos no curto prazo, a expectativa é que consumidores americanos não sofram com alterações drásticas, uma vez que o mercado está ajustado e equilibrado.

Perspectivas futuras e estratégias

Segundo o executivo, o setor deve permanecer atento às negociações e buscar alternativas para minimizar efeitos de tarifas. A rodada de discussões com as autoridades americanas ainda está em andamento, e o Brasil se posiciona para defender seus interesses de forma equilibrada, sem ceder à pressão de prazos ou de uma postura de soberba.

A análise do setor aponta que, apesar do cenário incerto, a força do café brasileiro e a sua importância estratégica para o mercado global são fatores que fortalecem o país na disputa comercial, mesmo em tempos de tensões comerciais internacionais.

Mais detalhes podem ser conferidos na matéria completa.

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