Brasil, 29 de julho de 2025
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Brasil tenta última cartada contra tarifaço de Trump

A comitiva brasileira busca diálogo com EUA para enfrentar aumento de tarifas sobre produtos brasileiros.

A ida do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e da comitiva de senadores aos Estados Unidos marca uma tentativa decisiva do Brasil em negociar o tarifaço imposto pelo governo do presidente Donald Trump. O aumento de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados começará a vigorar a partir da próxima sexta-feira (1º/8).

Mauro Vieira participou da conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York, focando na resolução do conflito em Gaza. Em conversas com a diplomacia norte-americana, ele expressou sua disposição para reunir-se com representantes da administração Trump para retomar as negociações em torno das tarifas. No entanto, a Casa Branca não respondeu ao seu pedido.

Enquanto isso, a comitiva de oito senadores, que chegou aos EUA, iniciou uma série de encontros em Washington D.C. para conscientizar empresários e congressistas norte-americanos sobre as implicações do aumento tributário. No primeiro dia de atividades, os parlamentares se reuniram com membros da Câmara de Comércio Brasil-EUA, onde discutiram estratégias para mitigar os efeitos do tarifaço.

Os desafios do tarifaço

Na reunião, surgiu a proposta de enviar uma carta à Casa Branca pedindo a prorrogação do tarifaço. Contudo, segundo o líder da comitiva, o senador Nelsinho Trad (PSD-MS), o grupo de empresários mostrou-se pessimista quanto às chances de sucesso.

Comparações com outros países

Observando negociações anteriores, podemos ver que outros países conseguiram acordos mais favoráveis com os EUA, como:

  • Japão: a alíquota ficou em 15%, com compromisso de investimentos nos EUA.
  • Filipinas: alíquotas de 19% para produtos filipinos, sem tarifas para EUA em retorno.
  • Indonésia: tarifas também em 19%, com isenção para 99% dos produtos americanos.
  • Vietnã: acordo estabeleceu alíquotas de 20%.
  • Reino Unido: fechou negociações com alíquotas de 10% e redução para o setor automotivo.

Tentativas de diálogo entre Brasil e EUA

Tanto o Itamaraty quanto o Senado têm buscado estabelecer um canal de diálogo entre Lula e Trump. O senador Carlos Viana (Podemos-MG) mencionou que o líder do governo, Jaques Wagner (PT-BA), sugeriu a possibilidade de um encontro entre os dois líderes. Lula estaria aberto a essa reunião.

Nas redes sociais, a senadora e ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina (PP-MS), destacou que “passou da hora” de Lula contatar Trump, enfatizando que “a ideologia não pode falar mais alto que o bom senso”.

Durante um evento no Rio de Janeiro, Lula reiterou a importância do diálogo com o governo norte-americano, mas criticou a intenção dos EUA de explorar as chamadas terras raras no Brasil e uma proposta de sanção ao Brasil por parte do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), ligado ao ex-Presidente Jair Bolsonaro (PL).

A comitiva de senadores tem tentado separar as questões econômicas das políticas em suas interações com representantes dos EUA. Em entrevistas, membros da comitiva relataram que Eduardo Bolsonaro tem usado sua influência em Washington D.C. para comprometer os esforços dos senadores, fazendo críticas constantes às atividades do grupo nas redes sociais.

As esperanças do Brasil de evitar os impactos do tarifaço se concentram agora nessa visita crucial, onde a diplomacia brasileira enfrenta um dos maiores desafios comerciais de sua história recente. Cada reunião e cada comunicação são vistas como passos importantes para tentar proteger a economia brasileira e os interesses dos exportadores. O cenário é desafiador, mas as autoridades brasileiras continuam a buscar soluções e alternativas que possam reverter essa situação desfavorável.

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