O AquaRio, um dos principais aquários do Brasil, recentemente recebeu uma nova e encantadora atração: axolotes, anfíbios aquáticos originários do México, que foram resgatados do tráfico de animais. Infelizmente, esses bichinhos não poderão ser devolvidos à natureza, mas agora terão um lar sob os cuidados da equipe técnica do aquário, além de contribuir para importantes pesquisas científicas.
O encanto dos axolotes
Com seu visual simpático e um “sorriso” permanente em seu rosto, o axolote se tornou um verdadeiro sucesso entre crianças e adultos. Esses animais, que nascem nos lagos de Xochimilco, no México, não são apenas figuras carismáticas; eles possuem uma rica história cultural, fazendo parte da mitologia asteca e até estampando notas de 50 pesos.
No entanto, apesar de sua popularidade, os axolotes estão ameaçados de extinção. Atualmente, estima-se que existem menos de mil indivíduos na natureza. O biólogo marinho Rafael Franco, gerente técnico do AquaRio, alertou sobre essa situação, ressaltando que a venda de axolotes como animais de estimação é estritamente proibida e é considerado crime ambiental no Brasil.
Saiba mais sobre o combate ao tráfico
Recentes ações do Ibama e da polícia combateram o tráfico de axolotes, incluindo uma apreensão de 22 indivíduos no Mato Grosso do Sul em 2022. A equipe do AquaRio esclarece que devolver esses animais ao seu habitat original não é uma opção viável, pois isso poderia colocar em risco não apenas os axolotes, mas também outras espécies locais.
Contribuições científicas
Uma das razões pelas quais os axolotes são tão fascinantes para a ciência é sua capacidade de regeneração. O biólogo Rafael Franco destacou que existe uma linha de pesquisa focada nas células do axolote, que têm uma notável capacidade de regenerar membros, partes do coração e até tecidos cerebrais. Essa habilidade desperta o interesse dos cientistas, pois os axolotes são vistos como potenciais heróis em pesquisas sobre tratamentos regenerativos e terapias contra o câncer.
Novos moradores do AquaRio
A abertura da exposição dos axolotes ao público ocorreu nesta terça-feira (29) e conta com a presença de oito axolotes prontos para a visitação. Os outros permanecem em quarentena e são parte de uma pesquisa científica contínua. As interações com os novos moradores do AquaRio já conquistaram os corações dos visitantes, especialmente entre as crianças.
A pequena Fernanda, por exemplo, não escondeu a alegria ao vestir uma fantasia de axolote. Ela expressou sua empolgação ao contar que tentou interagir com o animal: “Mostrei a língua pra ele, mas ele não mostrou de volta,” revelou ela, rindo de seu encontro. A paixão pelo axolote é tão grande que ele até já foi tema de sua festa de aniversário.
Com a inclusão dos axolotes, o AquaRio não apenas enriquece sua biodiversidade, mas também se posiciona como um importante centro de educação e pesquisa sobre a preservação de espécies ameaçadas. Visitar essa nova atração não é apenas uma oportunidade de se encantar com a natureza, mas também uma forma de apoiar a causa da conservação ambiental.
Assim, o AquaRio reafirma seu compromisso em unir educação, conservação e diversão para todas as idades, trazendo um vislumbre do mundo aquático em seus cuidados com as novas criaturas, enquanto combate o tráfico de animais e participa ativamente da proteção da fauna ameaçada.