O vice-presidente federal, Geraldo Alckmin, afirmou nesta terça-feira ter realizado uma nova reunião por videoconferência com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick. O encontro focou na regulação das big techs, com ênfase em segurança jurídica e oportunidades econômicas.
Reunião com big techs e avanços na crise diplomática
Na manhã desta terça, Alckmin se reuniu presencialmente com representantes das principais empresas de tecnologia, reforçando o interesse do governo brasileiro em dialogar sobre o ambiente regulatório do setor. Segundo o vice-presidente, a iniciativa busca criar uma mesa de trabalho para abordar inovação, oportunidades econômicas e segurança jurídica no relacionamento com as empresas do setor.
“A reunião foi por vídeo. Tiramos até uma mesa de trabalho para falar da questão das big techs”, explicou Alckmin, acrescentando que a conversa abordou temas essenciais para melhorar o ambiente de negócios e a cooperação internacional.
Contexto econômico e estratégias do governo
Geraldo Alckmin destacou também a intenção do governo de reduzir a alíquota de tarifa de importação de 50% para todos os setores. “Estamos trabalhando para que a diminuição seja para todos, pois temos mais convergências que divergências”, afirmou, sinalizando um esforço para alinhar posições diante da crise diplomática com Washington.
O vice-presidente revelou ainda que o plano de contingência para ajudar empresas afetadas pela crise só será divulgado se a tarifa de Trump, apontada como motivação para as tensões, for efetivada. A semana, segundo ele, é decisiva para as negociações, que ainda não apresentaram avanços significativos.
Desafios diplomáticos e diálogo com os EUA
Apesar de encontros estratégicos, o governo brasileiro ainda não mantém diálogo direto com a administração Trump. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, está em Nova York e aguarda contato de autoridades americanas para uma conversa de alto nível em Washington. O ministro participou de uma reunião da ONU sobre a situação na Palestina e retornará a Brasília nesta terça-feira.
Posição do Brasil em relação às tarifas americanas
Diferentemente de outros países pressionados pelo “tarifaço” de Donald Trump, o Brasil não discute atualmente uma ação judicial contra a taxação. O governo afirma que o motivo da tarifa é o processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe, relação que o Brasil rejeita incluir nas negociações internacionais. A estratégia brasileira é manter o foco na discussão de ações judiciais, sem abordar diretamente o mérito do processo judicial em andamento.
“O tratamento dado pelo Judiciário brasileiro a Bolsonaro não está em discussão”, afirmou uma fonte próxima às autoridades brasileiras.
Entretanto, o cenário permanece de alta tensão, com o governo dos EUA insistindo na manutenção das tarifas enquanto tenta evitar uma escalada na crise diplomática com o Brasil.
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