Brasil, 30 de julho de 2025
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A torcida do Vasco: sacrifícios e emoções à flor da pele

Pesquisa revela que cruz-maltinos se destacam por abalar-se com derrotas e por se sacrificar para ver o time jogar.

A paixão pelo futebol no Brasil vai além das quatro linhas, e para muitos torcedores, como é o caso dos vascaínos, essa relação é marcada por altos e baixos. Recentemente, a “Pesquisa O GLOBO/Ipsos-Ipec – As maiores e mais fanáticas torcidas do Brasil” detalhou como os torcedores se envolvem emocionalmente com seus clubes. O estudo apontou que a torcida do Vasco é uma das que mais se sacrifica para acompanhar o time, mas também a que mais sofre com as derrotas.

A pesquisa e seus pontos principais

Na pesquisa, torcedores foram convidados a avaliar seu nível de fanatismo por meio de notas de 0 a 10, além de responderem a perguntas sobre a frequência com que assistem a jogos, se deixam de fazer algo importante para acompanhar partidas e seu envolvimento emocional com o time. Participaram deste levantamento torcidas de clubes como Flamengo, Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Vasco, sendo estas as únicas que tiveram uma base amostral representativa.

Resultados surpreendentes entre os vascaínos

Os resultados mostram que a polaridade emocional dos torcedores do Vasco é bastante pronunciada: enquanto 31,7% dos entrevistados deram notas altas (9 e 10) para seu amor pelo clube, 31,6% se posicionaram nas notas mais baixas (0 a 4). Essa dualidade reflete um dia a dia emotivo, onde a sensação de glória e frustração coexistem.

O sacrifício do torcedor vascaíno

Apesar de apenas uma parcela reduzida dos cruz-maltinos acompanhar os jogos “sempre” ou “frequentemente”, eles estão entre os que mais se sacrificam para ver seu time, um fato que pode parecer contraditório. Apesar das tristezas nas derrotas, o amor pelo Vasco é tão intenso que muitos torcedores escolhem abrir mão de compromissos importantes em prol do time.

A análise emocional

Segundo João Ricardo Cozac, presidente da Associação Paulista da Psicologia do Esporte, essa relação complicada é resultado de um histórico repleto de frustrações. Para muitos torcedores, as derrotas não são apenas uma questão esportiva; elas refletem uma perda simbólica que gera um luto emocional. “Torcedores se sentem órfãos em momentos difíceis”, explica Cozac, ressaltando que a identidade do torcedor está intimamente ligada ao desempenho do clube.

Vidas dedicadas ao clube

Raisa Nobre, uma torcedora fervorosa, compartilha como sua vida é profundamente influenciada pela situação do Vasco. Ela menciona que “vive o Vasco o dia inteiro”, destacando que, mesmo em um período de dificuldades que se arrasta por anos, o envolvimento emocional continua intenso. “O Vasco precisa muito da gente, e isso nos consome ao longo dos dias”, reflete.

Reflexões sobre sua jornada emocional

Para Raisa, essa paixão pode se assemelhar a um “relacionamento abusivo”, à medida que o clube a faz sofrer, mas ela não consegue se afastar. “Quanto mais o Vasco se afunda, mais você vai afundando junto”, diz. Ela enfatiza que todos os torcedores sentem a dor das derrotas pelo clube como se fosse um membro da família.

Metodologia da pesquisa

A pesquisa foi realizada pela Ipsos-Ipec entre os dias 5 e 9 de junho de 2025, entrevistando 2.000 pessoas com 16 anos ou mais em 132 municípios brasileiros. Com um nível de confiança de 95%, a margem de erro estimada para o total da amostra é de 2,2 pontos percentuais, permitindo uma análise robusta sobre o comportamento dos torcedores.

A complexidade das emoções dos torcedores do Vasco serve como um microcosmo do que significa ser um fã de futebol no Brasil. Com uma relação tão emotiva e sacrificial, o que está claro é que, independentemente das derrotas e dificuldades, a paixão pelo time permanece inabalável.

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