A White Martins, líder do mercado de gases industriais no Brasil, anunciou a expansão de seu projeto de hidrogênio verde com a inauguração de uma nova planta em Jacareí (SP). A unidade, prevista para entrar em operação em outubro, será cinco vezes maior, produzindo cerca de 800 toneladas anuais do combustível limpo, que será comercializado principalmente no mercado interno.
Expansão estratégica do hidrogênio verde
Com uma planta em Pernambuco, operando há mais de dois anos, a companhia tenta consolidar o hidrogênio verde como alternativa competitiva ao hidrogênio cinza. “A nova planta é uma aposta do grupo na sustentabilidade e na diversificação da matriz energética brasileira”, afirma Gilney Bastos, CEO da White Martins. A maior capacidade de produção permitirá atender a um mercado ainda em formação e com grande potencial de crescimento.
Mercado e demanda do hidrogênio verde
O mercado deseja, embora o custo continue sendo uma incógnita. “O grande diferencial do hidrogênio verde é sua sustentabilidade, mas o custo precisa ser competitivo para ganhar escala”, explica Bastos. A demanda interna por gases de baixo carbono cresce, e a White Martins aposta na estratégia de manter o custo em equação para conquistar espaço.
Desafios e perspectivas econômicas
O impacto das tarifas de importação e tarifas comerciais ainda é pequeno para a operação da White Martins, pois grande parte de seus produtos não é exportada, explica o CEO. “Nossa preocupação maior é com a repercussão na indústria, que responde por 70% do mercado do grupo”, diz Bastos. Mesmo assim, a companhia mantém a previsão de crescimento de dois dígitos ao ano, apostando no potencial brasileiro, que mesmo diante de turbulências, mantém sua confiança na expansão.
O papel do Brasil na operação global
Classificada entre os cinco maiores mercados do grupo Linde, a White Martins fatura entre US$ 1,2 bilhão e US$ 1,3 bilhão. Seus clientes variam da siderurgia à indústria química, passando pelo setor de alimentos e bebidas, além de fornecer CO₂ para refrigerantes. A entrada na produção de hidrogênio verde marca uma nova fase na história da empresa, que há anos fabrica o gás a partir de processos tradicionais.
Futuro do hidrogênio verde no Brasil
O executivo destaca que o Brasil possui grande potencial de energia limpa e um mercado interno relevante, fatores que representam uma vantagem competitiva. “Se o mercado externo ainda está se reestruturando devido às tensões internacionais, a nossa estratégia é focar na competitividade do produto nacional”, afirma Bastos. A produção de hidrogênio verde, segundo ele, poderá alcançar custos similares ao do hidrogênio obtido a partir de combustíveis fósseis, o que tornará a tecnologia mais viável a longo prazo.
Para isso, a empresa monitora o cenário internacional, atento às regulações e demandas da Europa, onde a busca por hidrogênio sustentável é mais intensa. “Nossa estratégia é expandir a operação conforme a demanda crescer e as condições de mercado se estabilizarem”, finaliza o CEO.
Mais informações sobre o projeto podem ser acessadas em este link.