Brasil, 28 de julho de 2025
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STF inicia ouvidos dos réus do núcleo 3 do plano golpista

Primeira Turma do STF escuta réus acusados de tentar viabilizar plano golpista após eleições de 2022. Nove militares e um policial são ouvidos.

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) inicia hoje as audiências dos réus do núcleo 3 do suposto plano golpista que está sendo analisado pela Corte. Este grupo é composto por nove militares e um policial federal, todos acusados de tentarem instaurar uma ruptura institucional para manter Jair Bolsonaro no poder após a sua derrota nas eleições de 2022.

Acusações graves contra os réus

Segundo a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), o núcleo, formado na sua maioria pelos chamados “kids pretos”, uma força de elite do Exército, planejou o sequestro do ministro Alexandre de Moraes, do STF, e pressionou o Alto Comando da corporação a endossar a trama golpista. Os detalhes dessas ações revelam um cenário preocupante e complexo de articulações ilícitas.

Identidade dos réus e suas funções

Entre os réus que serão ouvidos hoje está o general da reserva Estevam Theophilo, que foi comandante do Comando de Operações Terrestres (Coter). De acordo com a acusação, ele “aceitou coordenar o emprego das forças terrestres conforme as diretrizes do grupo”. Além dele, também prestarão depoimento os militares Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo, que, segundo a PGR, “lideraram ações de campo voltadas ao monitoramento e neutralização de autoridades públicas”. Eles seriam responsáveis pelo plano chamado “Copa 2022”, que visava a vigilância do ministro do STF.

Outros cinco militares estão acusados de promover “ações táticas para convencer e pressionar o Alto Comando do Exército a ultimar o golpe”. As provas apresentadas pela acusação são contundentes, mas as defesas alegam que não houve participação nem planejamento de qualquer ação golpista.

Envolvimento do policial federal

O núcleo também conta com a presença do policial federal Wladimir Soares, que, antes de se envolver na acusação, atuou na segurança do então presidente eleito Lula durante a transição. Ele é acusado de se colocar à disposição para realizar ações a favor do plano golpista, o que levanta questões sobre a lealdade e a ética no serviço público.

Reações e defesas

As defesas dos réus negam com veemência as irregularidades, argumentando que seus clientes não participaram do planejamento nem da execução do suposto plano golpista. Essa negação é um aspecto que terá grande impacto no decorrer do julgamento, já que a produção de provas e a credibilidade das testemunhas são fundamentais para o desenrolar do caso.

Contexto do julgamento

A ação penal que envolve não apenas os réus do núcleo 3, mas também o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus se refere ao núcleo 1 da trama golpista. Neste processo, os interrogatórios dos réus e das testemunhas já foram concluídos, e a fase atual é a de alegações finais. A expectativa é que o julgamento desse grupo, que é o mais avançado até o momento, ocorra até setembro, o que pode significar um desfecho importante para a situação política brasileira.

Na semana passada, terminou a fase de depoimentos de todas as testemunhas dos quatro grupos envolvidos na trama golpista. A Primeira Turma, na quinta-feira, colheu o depoimento dos réus dos núcleos 2, o “operacional”, e 4, da “desinformação”. O general da reserva Mario Fernandes admitiu ser o autor do plano “Punhal Verde e Amarelo”, que, segundo a Polícia Federal, delineava cenários para o assassinato do presidente Lula, do vice Geraldo Alckmin e de Moraes.

A defesa do general Fernandes

Durante a audiência, o militar minimizou o conteúdo do plano, afirmando que era uma análise individual realizada por hábito pessoal. A defesa do general, na sexta-feira, sustentou que ele “não confessou o plano de matar ninguém” e que os depoimentos demonstraram que o “Punhal Verde e Amarelo” não foi enviado a ninguém, reforçando a resistência que os réus encontram perante as acusações.

Um quinto núcleo e suas implicações

Adicionalmente, existe um quinto núcleo formado apenas pelo jornalista Paulo Figueiredo, que é acusado de vazar documentos com o intuito de pressionar o Alto Comando do Exército a aderir ao golpe. Contudo, a denúncia contra ele ainda não foi apreciada pela Primeira Turma. Figueiredo reside nos Estados Unidos e não respondeu à citação, o que levanta questões sobre a sua responsabilização e o avanço da justiça neste caso específico.

O desenrolar deste caso mostrará não apenas o destino dos réus nesta trama golpista, mas também poderá influenciar a política nacional e a confiança da população nas instituições democráticas.

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