A SkyWest, maior operadora de aviões de passageiros da Embraer nos Estados Unidos, estuda potencialmente suspender a recepção de 60 jatos da brasileira devido às tarifas de 50% que o governo de Donald Trump pretende aplicar ao Brasil na próxima sexta-feira, 1º de agosto. A decisão depende da continuidade da implementação das tarifas, que impactariam fortemente os planos da companhia.
Incertezas sobre tarifas dos EUA e impactos na SkyWest
O CEO da SkyWest, Chip Childs, afirmou na semana passada, durante a apresentação dos resultados do segundo trimestre, que a companhia considera alterar o cronograma de entregas enquanto as tarifas estiverem em vigor. Segundo ele, a empresa já garantiu 16 jatos e planeja receber pelo menos 44 unidades adicionais até 2032, mas adiará as entregas se a tarifa de 50% for efetivamente implementada.
O contrato com a Embraer, anunciado em 18 de junho, inclui uma encomenda de US$ 3,6 bilhões (R$ 18,9 bilhões) por 60 aviões do modelo E175, com opção de compra de 50 unidades adicionais. A SkyWest também detém o direito de adquirir outros 44 jatos em uma fase posterior.
Reação do setor e avaliações
O CEO da SkyWest ressaltou que a medida tarifária pode afetar o planejamento de expansão da frota, que prevê alcançar 300 aviões E175 até 2028. “Temos a sensação de que a compreensão do impacto econômico epidemiológico sobre pequenas comunidades nos EUA está crescendo, e lutaremos para que a questão tarifária seja revista”, afirmou Childs na teleconferência.
Enquanto isso, o governo Trump sinaliza que tarifas entre 15% e 20% poderão ser aplicadas a países que não tiverem fechado acordos comerciais até sexta-feira, conforme divulgado pela imprensa. A situação gerou críticas de políticos e empresários europeus, que veem a medida como uma submissão às pressões americanas.
Conjuntura internacional e possíveis consequências
A instabilidade tarifária tem preocupado o setor aéreo, sobretudo considerando que quase metade das 437 encomendas atuais de aviões da Embraer são feitas por clientes nos EUA, incluindo a SkyWest. A companhia americana, que mantém relação de negócios com a Embraer desde 1986, anunciou planos de expansão, mas pode rever suas estratégias dependendo do desfecho da política tarifária de Trump.
Segundo analisaram especialistas, as tarifas podem afetar ainda mais o comércio internacional e a retomada da economia após a pandemia, reforçando a postura de resistência do setor industrial brasileiro diante das pressões comerciais externas.
Próximos passos e perspectivas
A SkyWest afirmou que deverá esperar a definição oficial das tarifas antes de decidir sobre o cronograma de recebimento das novas unidades, o que pode atrasar o plano de atingir 300 aviões até 2028. O impacto econômico, especialmente nas pequenas comunidades americanas beneficiadas pelas rotas operadas com aviões da Embraer, reforça a importância de negociações diplomáticas e comerciais para estabilizar a situação.
Mais detalhes sobre as mudanças tarifárias podem ser consultados no mapa das tarifas que entram em vigor nos EUA.
