Tomaram conhecimento de novos detalhes revelados em documentos desclassificados da polícia de Moscow, nos Estados Unidos, que investigam os assassinatos de quatro estudantes da Universidade de Idaho. As informações colocam em evidência a violência dos crimes, as ações policiais e algumas fragilidades na compreensão do motivo por trás do ataque de Bryan Kohberger, condenado à prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional.
Revelações assustadoras sobre a violência dos ataques
Os documentos detalham que as vítimas foram severamente feridas, com destaque para duas delas que receberam dezenas de golpes de faca. Kaylee Goncalves, por exemplo, foi disfigurada após mais de 20 stab wounds, além de ferimentos por objetos contundentes, que a deixaram irrecognoscível. Xana Kernodle, por sua vez, foi atingida mais de 50 vezes, indicando uma luta intensa contra o agressor, que tentou se defender. Segundo os relatórios, as cenas eram terríveis: as vítimas estavam cobertas de sangue e tiveram suas estruturas faciais gravemente afetadas.
O carro de Kohberger e o momento do crime
As investigações apontaram que Kohberger esteve bem próximo ao local do crime minutos antes das vítimas serem atacadas. Uma entregadora do DoorDash relatou ter deixado um pedido na casa por volta das 4h da manhã, tendo visto uma mulher no banheiro do terceiro andar, que se abaixou ao notar sua presença. Momentos depois, câmeras de segurança captaram um carro branco, alegadamente o de Kohberger, entrando na rua onde o crime ocorreu — embora a entregadora não tenha notado seu veículo na ocasião.
Percepções dos sobreviventes e demora na ligação para a polícia
Um dos detalhes mais questionados é a demora de várias horas para que os colegas de residência chamassem as autoridades. Dylan Mortensen, que sobreviveu ao ataque, relatou ter visto um homem encapuzado por volta das 4h da manhã, mas explicou que, por estarem alcoolizados e assustados, decidiram não acionar a polícia imediatamente. Somente no meio-dia do dia seguinte eles pediram ajuda, momento em que a polícia iniciou a investigação.
O perfil de Kohberger e suas conexões sociais
Os documentos trazem que Kohberger aparentava ser uma pessoa inteligente, porém egoísta e obsessiva, com histórico problemático em relação a mulheres. Testemunhas relataram comportamentos inadequados por parte dele na universidade, além de sinais de obsessão, como lavagem compulsiva das mãos e desejos de relacionamento amoroso não correspondido. Além disso, o criminoso tinha dificuldades ao lidar com seus sentimentos, o que poderia ter contribuído para sua conduta violenta.
Investigações digitais e pistas na internet
As autoridades realizaram uma ampla requisição de dados às empresas de tecnologia, incluindo buscas em Google relacionadas ao crime, como “Moscow murders”, “DNA on knife” (“DNA na faca”) e “getting blood out of clothing” (“retirar sangue da roupa”). Também solicitaram informações de celulares próximos à residência, além de investigar redes sociais como Reddit, Tinder e Snapchat, tentando estabelecer qualquer conexão ou padrão de comportamento suspeito.
Motivo do crime permanece um mistério
Apesar das revelações, as investigações ainda não esclareceram o motivo pelo qual Kohberger escolheu especificamente aquela casa para cometer os homicídios. Polícias afirmam que não há relação social ou online entre o suspeito e as vítimas, e teorias de perseguição ou stalker foram descartadas até o momento. O que intriga as autoridades é a questão de por que Kohberger decidiu atacar aquelas pessoas em particular, uma incógnita que permanece sem resposta.
O que ainda não se sabe
Mesmo com o avanço na investigação e a condenação de Kohberger, existe uma dúvida persistente: por que ele cometeu tais crimes? Policiais afirmam que não possuem uma resposta definitiva, indicando que ainda há aspectos a serem desvendados, especialmente relacionando o motivo e o padrão de seleção das vítimas. Segundo o chefe de polícia de Moscow, James Fry, somente o próprio Kohberger poderia esclarecer sua motivação, algo que permanece um grande mistério.
Este caso segue em aberto, com muitas perguntas e poucas respostas, evidenciando que a violência e o comportamento do criminoso ainda são objetos de estudo para as autoridades. Enquanto isso, as famílias das vítimas e a comunidade aguardam por uma explicação definitiva.