Brasil, 28 de julho de 2025
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Nuns na missão de promover a reflexão sobre Inteligência Artificial na era digital

Irmãs católicas discutem o impacto da IA na cultura, evangelização e na valorização da criatividade humana frente às máquinas

Na era em que a inteligência artificial (IA) transforma a mídia e a comunicação, as “freiras da mídia” procuram orientar a humanidade para um uso consciente e ético desses avanços tecnológicos. Dirigidas por Sister Nancy Usselmann, as irmãs da Congregação das Filhas de São Paulo estão empenhadas em promover uma reflexão profunda sobre o papel da IA na vida cotidiana e na fé.

Reflexões sobre a IA e o ensinamento da Igreja

De acordo com Sister Nancy, diretora do Programa de Estudos de Mídia da Congregação, o foco não deve ser apenas ensinar se a IA é boa ou má, mas compreender o que ela realmente é. “A IA é um aprendizado de máquina treinado para imitar certas funções da inteligência humana”, explica.

Ela destaca que a Igreja não rejeita a tecnologia, mas busca a sua presença na cultura digital, iluminando-a com os valores cristãos. “Precisamos estar presentes nela para transformá-la para o bem, promovendo o desenvolvimento humano e espiritual”, afirma Sister Nancy.

Desafios éticos e possibilidades evangelizadoras

Entre os principais desafios, Sister Nancy cita preocupações com a privacidade, segurança de dados, desemprego e o risco de uso malicioso por parte de pessoas com intenções prejudiciais. “Os jovens, sobretudo crianças e adolescentes, já utilizam chatbots para assistência, terapia e até amizades virtuais, o que é uma preocupação”, observa.

Contudo, a irmã ressalta que a Igreja incentiva o uso do AI como ferramenta de evangelização. “Existem iniciativas de católicos que criaram aplicativos de IA voltados para a leitura da missa, estudos teológicos e acompanhamento espiritual”, destaca.

IA e a criatividade humana

Para Sister Nancy, a grande distinção entre seres humanos e máquinas está na criatividade. “Só o ser humano, criado à imagem de Deus, consegue gerar arte, beleza, expressão e criatividade verdadeira, que vêm do coração e da alma,” afirma.

Ela acrescenta que o talento criativo é uma manifestação da essência divina, algo que a IA, por mais avançada que seja, não consegue replicar por completo. “A criatividade nasce de nossa capacidade de refletir, pensar e sentir, elementos que fazem parte da nossa dignidade humana”, conclui.

Perspectivas futuras e o papel dos católicos na inovação tecnológica

Sister Nancy planeja aprofundar seus estudos sobre IA e participar do Fórum de Construção de IA da Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma. O evento busca reunir especialistas, teólogos, investidores e desenvolvedores para promover uma IA alinhada aos valores cristãos.

Ela acredita que o envolvimento da Igreja e de seus fiéis na inovação tecnológica é fundamental para que a cultura digital seja influenciada por princípios éticos e espirituais. “Devemos participar ativamente desse debate para que a tecnologia seja uma aliada na transmissão da fé”, conclui.

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