Brasil, 29 de julho de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Morre o jornalista Marcelo Beraba aos 74 anos

Marcelo Beraba, renomado jornalista e um dos fundadores da Abraji, faleceu no Rio de Janeiro; velório será nesta quarta-feira.

O Brasil perde um de seus maiores jornalistas. Marcelo Beraba, de 74 anos, faleceu nesta segunda-feira (28/7) no Hospital Copa D’Or, no Rio de Janeiro. Com uma carreira que se estendeu por mais de quatro décadas, Beraba fez história em grandes veículos de comunicação, como Folha de S.Paulo, Jornal do Brasil, Estadão e O Globo. Entre suas contribuições, destaca-se a fundação da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), da qual foi presidente e um dos principais idealizadores.

A trajetória de uma vida dedicada ao jornalismo

Nascido no Rio de Janeiro, Marcelo Beraba iniciou sua jornada no jornalismo ainda na juventude, aos 20 anos, como repórter de cidades e cultura do O Globo. Concluiu sua formação na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e em 1984, foi para a Folha de S.Paulo, onde participou da implementação do “Projeto Folha”, uma renovação editorial significativa para o veículo.

Levantando pautas de grande relevância, em 1985, Beraba passou a dirigir a sucursal carioca da Folha, cargo que ocupou até 1988. Sob sua liderança, a equipe produziu reportagens que repercutiram em todo o país, tais como a descoberta de uma instalação atômica em Serra do Cachimbo e o vazamento de material radioativo na usina nuclear de Angra dos Reis, ambos acontecimentos que ganharam destaque nacional em 1986.

Marcelo Beraba no comando de grandes coberturas

Com uma carreira em ascensão, Beraba foi transferido para São Paulo em 1988, onde se tornou editor dos cadernos de cidades e política. Em 1989, coordenou o suplemento diário Diretas-Já, que acompanhou a primeira eleição presidencial após o fim da ditadura militar, disputada por 22 candidatos. Este foi um período emblemático da história brasileira, e Beraba soube capturar a essência desse momento com sua apurada visão jornalística.

Entre 1996 e 1998, ele atuou como editor-executivo do Jornal do Brasil e teve uma breve passagem pelo Jornal da Globo. Retornando à Folha em 1999 como diretor da sucursal do Rio, Beraba permaneceu até 2004, quando assumiu a posição de ombudsman do jornal e, posteriormente, repórter especial. Sua influência e capacidade de investigar pautas relevantes marcaram a evolução do jornalismo no país.

Reconhecimento e legado

Entre 2008 e 2019, Beraba trabalhou no Estadão, onde chefiou as sucursais do Rio e de Brasília, além de assumir o cargo de editor-chefe. Após se aposentar, ele continuou ativo em debates sobre jornalismo e projetos que visavam fortalecer a profissão. Sua paixão pela verdade e pela ética no jornalismo o tornaram uma referência para muitos jornalistas.

Marcelo se destacou na defesa do jornalismo investigativo. Após o trágico assassinato do repórter Tim Lopes, seu amigo, em 2002, Beraba foi um dos fundadores da Abraji, uma entidade vital para os profissionais da área. Ele também atuou como diretor da Comissão de Liberdade de Expressão e da Comissão Editorial da ANJ (Associação Brasileira de Jornais), sempre lutando pela ética e liberdade no jornalismo.

Velório e homenagens

A família de Marcelo Beraba não divulgou informações sobre velório e enterro com antecedência, mas confirmaram que o jornalista será velado no Memorial do Carmo, no Cemitério do Caju, das 12h30 às 15h30, nesta quarta-feira (30/7). O legado de Beraba e seu impacto no jornalismo brasileiro permanecerão vivos na memória de todos que o conheceram e naqueles que foram inspirados por seu trabalho.

Neste momento de luto, amigos, colegas e admiradores do trabalho de Marcelo Beraba se unem em solidariedade à sua família, reconhecendo sua imensa contribuição para o jornalismo no Brasil.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes