As expectativas de inflação do mercado financeiro para 2025 e 2026 diminuíram pela nona semana consecutiva, aponta o relatório Focus divulgado nesta segunda-feira (28) pelo Banco Central (BC). As projeções indicam uma tentativa de alinhamento com o objetivo de manter a inflação dentro do intervalo de tolerância do sistema de metas.
Estimativas de inflação e o sistema de metas
Para 2025, a estimativa de inflação caiu de 5,10% para 5,09%, ainda bem acima do teto de 4,5% estabelecido pelo BC. Para 2026, a previsão recuou de 4,45% para 4,44%. Já para 2027, permaneceu em 4%, enquanto para 2028 continuou em 3,80%. Desde o início de 2025, o objetivo do BC é uma inflação média de 3%, com margem de variação entre 1,5% e 4,5%, dentro do sistema de meta contínua.
Impacto na política monetária e expectativa de impacto da Selic
Atualmente, o Banco Central já adota uma estratégia de olhar à frente, pois a taxa de juros (Selic) demora de seis a 18 meses para exercer impacto pleno na economia. No momento, a instituição direciona suas ações para a expectativa de inflação de 12 meses até meados de 2026, além de observar a inflação acumulada nos últimos 12 meses.
Segundo o BC, se a inflação permanecer fora do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, a meta será considerada descumprida, o que leva o Banco Central a enviar uma carta pública ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicando os motivos. Na semana passada, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, enviou uma carta ao ministro reforçando que, até junho, a inflação ficou acima do teto de 4,5%, devido ao crescimento econômico aquecido, câmbio, custos de energia e anomalias climáticas.
Perspectivas para crescimento econômico e câmbio
Para o Produto Interno Bruto (PIB), a expectativa do mercado se manteve em 2,23% para 2025 e subiu de 1,88% para 1,89% para 2026. Quanto à taxa de câmbio, a projeção para o fim de 2025 recuou de R$ 5,65 para R$ 5,60, enquanto a estimativa para 2026 permaneceu em R$ 5,70.
As previsões do mercado financeiro também indicam uma redução na previsão de superávit da balança comercial, que caiu de US$ 69,3 bilhões para US$ 66,7 bilhões em 2025, e de US$ 75,2 bilhões para US$ 70 bilhões em 2026. Para investimentos estrangeiros, a estimativa permanece em US$ 70 bilhões para ambos os anos.
Relevância para a vida cotidiana e política econômica
Quanto maior a inflação, menor o poder de compra das pessoas, especialmente das que recebem salários mais baixos, já que os preços sobem sem que os salários acompanhem esse crescimento. A estratégia do BC de ajustar juros e monitorar expectativas visa controlar esse cenário, mantendo a inflação dentro do intervalo de tolerância.
Para o presidente do BC, Gabriel Galípolo, a redução das projeções reforça o esforço de condução da política monetária para ancorar as expectativas de inflação e garantir a estabilidade econômica do país.
Saiba mais sobre os detalhes do relatório no link original.