Considerada uma das principais vozes do feminejo contemporâneo, Lauana Prado abriu o coração durante uma entrevista no programa “Sabadou com Virginia”. A artista revelou ter enfrentado uma situação de assédio ao longo de sua carreira, onde uma figura promissora propôs um “teste do sofá”, prometendo ajuda em contatos com outras celebridades em troca de favores sexuais.
*O texto aborda temas sensíveis, como assédio, podendo desencadear reações diversas em algumas pessoas. Caso você se identifique ou conheça alguém que esteja passando por esse problema, disque 180.
Proposta inaceitável
Lauana relatou que, apesar da pressão, ela prontamente negou a proposta. “Já fizeram uma proposta e eu não aceitei, obviamente. Graças a Deus, nunca precisei. Era para fazer tudo e passar uma noite”, desabafou a cantora na atração da SBT. A sertaneja explicou também que o assediador utilizou a chantagem emocional para tentar convencê-la a aceitar a oferta, dizendo: “Se você aceitar, consigo te fazer chegar até o artista X”. Esta figura influente pertencia à indústria fonográfica, mostrando como o machismo e a exploração ainda sobrepõem a ética nesse meio.
Apesar da gravidade da situação, Lauana decidiu não levar o caso adiante. “Eu até cogitei recorrer aos meios legais, mas o tempo passou, e hoje eu não faria, porque primeiro, ele não merece essa audiência, e acho que a maior resposta é quando Deus honra e as coisas acontecem”, concluiu a artista, expressando sua determinação em seguir em frente.
Teste do sofá: um problema recorrente
No contexto artístico, o “teste do sofá” refere-se a uma prática perversa em que uma pessoa em posição de poder utiliza essa influência para obter favores sexuais de artistas em ascensão ou em posição vulnerável. Esse jargão é amplamente reconhecido tanto na indústria fonográfica quanto na audiovisual, onde inúmeros relatos de assédio abundam.
É comum ouvir histórias de atores e atrizes que, em busca de emprego ou reconhecimento, enfrentaram situações de coerção por parte de diretores, roteiristas ou outros profissionais. A prática representa uma mancha na reputação das indústrias criativas e mostra a necessidade urgente de reformas e medidas protetivas para aqueles que entram nesse universo.
A importância de falar sobre assédio
A decisão de Lauana de compartilhar sua história não é apenas um ato de coragem; é também uma forma de conscientização. Ao abordar essa difícil experiência, ela contribui para a discussão sobre assédio sexual e a cultura de silêncio que prevalece, especialmente entre mulheres na indústria do entretenimento. A fala de artistas como ela ajuda a criar um espaço onde outras vítimas podem se sentir encorajadas a compartilhar suas experiências e assim, criar uma rede de apoio.
Lauana não está sozinha em sua luta. Muitas outras mulheres no cenário musical e artístico estão levantando suas vozes para dizer “basta” ao assédio e à exploração. O movimento #MeToo trouxe à tona numerosas histórias de assédio, criando um chamado à ação que se estende por fronteiras e setores, e a voz de Lauana é uma adição importante a essa narrativa global.
As plataformas digitais também desempenham um papel fundamental nesse processo de conscientização. Com a crescente presença das redes sociais, as artistas têm a oportunidade de se conectar diretamente com seus fãs e usar essas ferramentas para enfatizar a importância do respeito e da igualdade no ambiente de trabalho. O apoio do público é crucial para mudar a forma como a indústria lida com o assédio e a objetificação de artistas.
O que vem a seguir?
Agora, mais do que nunca, é essencial que todos os envolvidos na indústria do entretenimento se unam para combater práticas prejudiciais e criar um ambiente seguro para todos. A coragem de Lauana Prado em expor sua experiência deve inspirar uma mudança real, tanto nas atitudes individuais quanto nas políticas institucionais.
A luta contra o assédio não se limita apenas à denúncia. É uma batalha contínua que requer compromisso, resolução e, acima de tudo, solidariedade entre artistas, profissionais da indústria e o público. A mensagem é clara: o respeito deve prevalecer, e quem se sentir vulnerável precisa saber que há suporte e que suas vozes são importantes.