Brasil, 28 de julho de 2025
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Investigação de abade do templo Shaolin reacende polêmicas

A investigação do abade do Shaolin, Shi Yongxin, por embezzlement e relacionamentos impróprios revive acusações antigas.

O Templo Shaolin, famoso mundialmente, anunciou no último domingo que seu abade, Shi Yongxin, está sendo investigado por suspeitas de desvio de verbas e “relacionamentos inadequados” com mulheres. As alegações levantam questões sobre a conduta de um monge que já foi alvo de controvérsias ao longo de sua carreira.

O que motivou a investigação?

Shi Yongxin, conhecido como o “monge CEO” devido ao seu talento empresarial que transformou o mosteiro em um império comercial, está sendo investigado por crimes que incluem apropriação indébita e uso indevido de fundos de projetos e ativos do templo, segundo um comunicado oficial da autoridade do templo.

Aos 59 anos, o abade é acusado de violar gravemente os preceitos budistas ao manter relacionamentos impróprios com diversas mulheres ao longo de um período extenso e de ser pai de pelo menos uma criança, de acordo com a nota divulgada. Tradicionalmente, os monges budistas na China são esperados a seguir um voto de celibato.

Continuação das investigações

“(Shi) está atualmente sob investigação conjunta por múltiplos departamentos. Mais informações serão divulgadas ao público em breve,” acrescentou o comunicado. Em meio a esta situação, a CNN não conseguiu entrar em contato com Shi para comentar sobre as alegações.

A importância histórica do Templo Shaolin

Fundado há mais de 1.500 anos nas montanhas arborizadas do centro da China, o Templo Shaolin é um ícone cultural e religioso, renomado tanto por sua antiga tradição de Zen Budismo quanto pelo Shaolin Kung Fu – uma forma distinta de artes marciais chinesas. Desde que se tornou abade do templo em 1999, Shi frequentemente aparecia no centro das atenções da mídia, em uma mistura de tradições antigas e a moderna abordagem empresarial.

Shi é o primeiro abade chinês a possuir um MBA, e era frequentemente visto viajando pelo mundo com um iPhone, encontrando-se com líderes mundiais e titãs da indústria, incluindo a falecida Rainha Elizabeth II, o ex-presidente sul-africano Nelson Mandela, Henry Kissinger e o CEO da Apple, Tim Cook.

Controvérsias e alegações passadas

No entanto, ao longo dos anos, Shi foi alvo de críticas e cabeçalhos negativos, como a aceitação de um carro de 1 milhão de yuan (aproximadamente R$140.000) do governo local como recompensa por promover o turismo em 2006. Diante do clamor público, ele afirmou: “Os monges também são cidadãos. Cumprimos nossos deveres e fizemos contribuições para a sociedade, então é justo que recebamos recompensas.”

Seu foco na promoção da marca Shaolin e na transformação do templo em um negócio multimilionário atraiu críticas ferozes, especialmente de alguns seguidores que consideravam essa comercialização excessiva como uma corrupção da integridade espiritual da instituição religiosa. O abade promovia performances de kung fu Shaolin ao redor do mundo, licenciava o nome do templo para desenhos animados, filmes e videogames, e estabelecia um império empresarial que incluía publicações, medicina tradicional chinesa, desenvolvimento turístico e imóveis.

Shi defendeu suas iniciativas de comercializar a marca Shaolin, argumentando que a promoção cultural é uma empreitada digna. Ele chegou a assinar um cheque de 3 milhões de dólares para a construção de uma filial do Shaolin em uma cidade australiana em 2015, perguntando: “Se a China pode importar resorts da Disney, por que outros países não podem importar o Mosteiro Shaolin?”

Alegações explosivas e consequências

No final de 2018, um insider autodenominado publicou alegações explosivas nas redes sociais chinesas, retratando Shi como um embezzler e mulherengo com filhos ilegítimos. As alegações provocaram uma negação enfurecida do Templo Shaolin e uma investigação das autoridades de assuntos religiosos do país. Em 2017, o caso foi arquivado devido à falta de provas.

No entanto, em 2020, Shi foi reeleito como vice-presidente da Associação Budista da China, uma posição que ocupa desde 2002. Na segunda-feira, a Associação Budista da China anunciou que Shi teve seu certificado de ordenação revogado, essencial na prova de que um monge pode entrar na vida monástica.

“As ações de Shi Yongxin são de uma natureza extremamente grave, prejudicando severamente a reputação da comunidade budista e comprometendo a imagem dos monásticos,” afirmou a associação. Ela também garantiu total apoio à decisão de tratar o caso conforme a legislação. À medida que as investigações continuam, a atenção permanece voltada para o Templo Shaolin e seu futuro sob sombra de controvérsia.

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