O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, anunciou que irá liderar um esforço junto aos demais governadores brasileiros para dialogar com o governo federal sobre as tarifas impostas pelos Estados Unidos. A reunião, que deve acontecer o quanto antes, visa buscar soluções que minimizem os impactos econômicos destas medidas comerciais.
Diálogo entre governos e o impacto das tarifas
Após encontro com o vice-presidente Geraldo Alckmin, Ibaneis afirmou que a reunião foi bastante produtiva e destacou a preocupação dos governadores com a situação. Segundo o governador, o foco do debate será a questão das tarifas, que ameaçam diversos setores produtivos brasileiros. “Todos estão muito preocupados, alguns vão perder mais, outros menos, mas nosso objetivo é unir toda a classe política brasileira em torno de um diálogo sólido”, destacou Ibaneis na saída do encontro.
Manutenção do foco no tema das tarifas
De acordo com o governador do Distrito Federal, não será tratado na reunião o tema da anistia aos presos envolvidos no episódio do 8 de janeiro, reforçando que o foco é resolver o impasse das tarifas. “Essa matéria nunca foi discutida no fórum de governadores e espero que não venha a ser”, acrescentou Ibaneis.
Contexto internacional e negociações com os EUA
Segundo Míriam Leitão, analista de economia, o Brasil enfrenta uma das negociações mais desafiadoras entre os países ameaçados de sobretaxas pelos Estados Unidos. Entenda os detalhes.
O governo brasileiro tenta evitar a aplicação das tarifas que podem aumentar o custo de importação de produtos nacionais. Uma semana decisiva está prevista, com o Ministério da Economia se empenhando em concluir o plano de contingência, diante da preocupação de que as tarifas entrem em vigor nesta sexta-feira sem sinal de recuo pelos EUA. Para tanto, o chanceler Mauro Vieira vem negociando com Washington, embora ainda não haja contato direto entre o presidente Lula e o ex-presidente Donald Trump, responsável pelo anúncio das medidas tarifárias.
Reações e próxima passos
A crise também gerou críticas na Europa, onde políticos e empresários consideram a posição americana uma submissão de Washington às pressões comerciais. “O acordo com Trump é alvo de críticas de políticos europeus: ‘submissão’”, indicam análises recentes. Confira a análise completa.
Apesar dos esforços diplomáticos, as reuniões até o momento não resultaram em sinal positivo do governo dos EUA para a retirada das tarifas. A semana será crucial para a definição de estratégias e possíveis alternativas, enquanto o governo brasileiro busca minimizar os efeitos econômicos da medida. Ainda sem diálogo direto entre os dois países, o foco está na construção de uma saída multilateral que envolva toda a esfera política brasileira.
Fonte: GLOBO