Brasil, 28 de julho de 2025
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General Theophilo defende encontro com Bolsonaro após derrota eleitoral

General Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira trata reunião com Bolsonaro como desabafo e nega qualquer tentativa de golpe.

No contexto da ação penal que investiga uma suposta trama golpista, o general Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira declarou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que a reunião realizada com o ex-presidente Jair Bolsonaro em novembro de 2022 foi completamente diferente do que se tem falado. Segundo o general, o encontro, que contou com a autorização do ex-comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, tinha o intuito de ser um espaço para desabafos e não tratou de planos de ruptura institucional.

A reunião sem conotações golpistas

Theophilo relatou em seu depoimento que a reunião foi marcada por um “monólogo” do então presidente, onde ele expressou suas queixas em relação ao resultado da eleição e suas próprias falhas. “Eles dizem que eu anuí ao golpe numa reunião com o presidente. Eu já disse que não foi esse o assunto”, afirmou o general, desmentindo qualquer intenção de conluio.

Investigações da Polícia Federal, no entanto, trazem uma narrativa alarmante: teria havido a elaboração de um plano com o objetivo de promover atentados contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin, traçando uma conexão preocupante entre figuras militares e a tentativa de desestabilização do governo.

Um balanço de erros

Theophilo mencionou que Bolsonaro reconheceu ter cometido erros em sua gestão e fez autocríticas durante a conversa. “Ele reclamou de tudo: problemas no processo eleitoral e até dele próprio”, disse o general, que se posicionou como um ouvinte passivo no encontro. A intenção, segundo ele, era “acalmar os ânimos” do ex-presidente após a sua derrota nas urnas.

O general disse que, a pedido do comandante do Exército, tomou a iniciativa de visitar o Palácio da Alvorada. Ao final do encontro, Theophilo fez uma observação que refletia seu papel diplomático na situação: “Presidente, isso tudo já passou, agora é tocar o barco e seguir o rumo normal das coisas”.

Negação de envolvimento em planos golpistas

Na condição de responsável pelo Comando de Operações Terrestres (Coter) na época, Theophilo refutou qualquer envolvimento em propostas golpistas ou acesso a documentos que sugiram ações ilegais ou inconstitucionais. “Não me foi apresentado nenhum documento, nem proposta alguma de algo ilegal ou inconstitucional. Jamais o general Freire Gomes enviaria alguém [a Bolsonaro] para acirrar os ânimos”, destacou o general, reafirmando sua posição.

Contraponto com as investigações da Polícia Federal

Contrariando a versão apresentada por Theophilo, a Polícia Federal alega que a reunião de novembro de 2022 de fato discutiu um plano golpista, quando Bolsonaro já havia sido derrotado nas urnas. Aliados mais próximos do ex-presidente estariam buscando formas de impedir a posse de Lula, levantando questionamentos sobre a conexão entre as forças armadas e a política.

Essas declarações e os eventos em torno dela destacam uma fase turbulenta na política brasileira e expõem as complexas interações entre militares e o governo civil. A investigação prossegue, enquanto os desdobramentos e possíveis implicações legais ainda estão por vir.

Seja qual for a verdade, a relação entre as instituições republicanas e a liderança militar permanece sob intenso escrutínio, revelando uma história que, para muitos, parece estar longe de uma resolução clara.

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