Brasil, 28 de julho de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

General relata ao STF desabafo de Bolsonaro sobre derrota em 2022

O general Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira revela ao STF os sentimentos de Bolsonaro após sua derrota nas eleições de 2022.

O general Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira, envolvido na ação penal a respeito de uma suposta conspiração para contestar o resultado das eleições de 2022, afirmou durante seu depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF) que se reuniu com o ex-presidente Jair Bolsonaro em novembro do mesmo ano. A reunião, organizada a pedido do comandante do Exército à época, Freire Gomes, visou discutir os sentimentos do ex-mandatário após a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva.

Desabafo de Bolsonaro

Durante o interrogatório realizado nesta segunda-feira (28/7), Theophilo detalhou que Bolsonaro expressou frustrações em relação ao processo eleitoral e chegou a refletir sobre sua própria postura durante a campanha. Segundo o general, o ex-presidente reclamou de várias situações, incluindo o fato de não ter conseguido se comunicar efetivamente com seus seguidores durante o período eleitoral.

“Ele reclamou de problemas no processo eleitoral, reclamou até algumas coisas dele próprio. Ele achava que podia ter agido diferente, que poderia ter minorado a sua veemência em algumas coisas”, relatou o general, que faz parte do núcleo 3 do chamado “grupo dos kids pretos”.

Theophilo também destacou que Bolsonaro mencionou sua dificuldade em se expressar livremente nas redes sociais, afirmando que enquanto ele enfrentava limitações, seus opositores tinham mais liberdade de ação. “O que ele desabafou foi isso”, completou o general, enfatizando a frustração de Bolsonaro diante das circunstâncias que levaram à sua derrota.

A acusação e suas implicações

A acusação, que envolve um grupo de pessoas conhecidas como réus do núcleo 3, aponta que no dia 28 de novembro de 2022, após a confirmação da vitória de Lula, houve uma reunião para discutir a elaboração de uma carta com teor golpista que seria remetida aos comandantes das Forças Armadas. Essa suposta carta visava questionar a legitimidade do resultado eleitoral e propor ações que poderiam intensificar o clima de instabilidade no país, em favor de Bolsonaro e seus aliados.

  • Bernardo Romão Correa Netto – coronel do Exército;
  • Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira — general da reserva do Exército;
  • Fabrício Moreira de Bastos — coronel do Exército;
  • Hélio Ferreira Lima — tenente-coronel do Exército;
  • Márcio Nunes de Resende Júnior — coronel do Exército;
  • Rafael Martins de Oliveira — tenente-coronel do Exército;
  • Rodrigo Bezerra de Azevedo — tenente-coronel do Exército;
  • Ronald Ferreira de Araújo Júnior — tenente-coronel do Exército;
  • Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros — tenente-coronel;
  • Wladimir Matos Soares — policial federal.

Interrogatórios virtuais no STF

Diferentemente dos réus do núcleo 1, os do núcleo 3 participarão de seus interrogatórios de forma virtual, garantindo menos exposição pública. O primeiro interpelado será Bernardo Romão Correa Netto, seguido dos demais rentes conforme a ordem alfabética. Essa metodologia busca preservar a segurança e a privacidade dos réus e de seus advogados, que estarão presentes para acompanhar os interrogatórios ao lado de seus clientes, assegurando que todos tenham a oportunidade de responder às perguntas que lhes forem formuladas.

O desdobramento desse caso é observado atentamente pela sociedade, uma vez que envolve figuras proeminentes do cenário político e militar do Brasil. Comentários sobre o impacto das declarações do general Theophilo e sobre as possíveis consequências legais para os acusados estão se espalhando nas redes sociais e nas discussões políticas do país.

A sessão de hoje retrata um momento crítico na apuração da tentativa de deslegitimação das eleições brasileiras e em como as autoridades judiciais manejam questões complexas que envolvem tanto a política quanto aspectos legais e sociais. O futuro da democracia brasileira pode depender da forma como estes desdobramentos se desenrolam nos tribunais.

O próximo passo será acompanhar os novos depoimentos e como a justiça se posicionará frente a esse grave cenário que ainda reverbera no imaginário coletivo nacional.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes