As principais autoridades econômicas dos Estados Unidos e da China iniciaram nesta segunda-feira (28) negociações em Estocolmo, com o objetivo de estender uma trégua tarifária por mais três meses. A reunião ocorre após meses de escalada de tarifas que ameaçam a cadeia de abastecimento global, principalmente no setor de tecnologia e minerais de terras raras.
Negociações para prorrogar a trégua tarifária entre EUA e China
As negociações acontecem no escritório do primeiro-ministro sueco em Rosenbad, no centro de Estocolmo, com as bandeiras dos dois países sendo hasteadas no local. A China enfrenta um prazo de 12 de agosto para chegar a um acordo tarifário duradouro com os EUA, após acordos preliminares firmados em maio e junho que visaram reduzir tensões sobre tarifas e minerais de terras raras.
Segundo informações da agência Reuters, a prorrogação evitaria uma eventual retomada de tarifas de três dígitos, que equivaleriam a um embargo bilateral, prejudicando as cadeias globais de produção e consumo. Ainda que não se espere um avanço significativo nas negociações, analistas indicam que uma nova extensão de 90 dias da trégua deve ser adotada para facilitar futuras reuniões de alto nível.
Perspectivas e obstáculos nas negociações
Apesar do otimismo, um porta-voz do Departamento do Tesouro dos EUA evitou comentar rumores de que as partes poderiam se abster de novas tarifas nos próximos três meses. A possibilidade de imposição de tarifas setoriais, como semicondutores e produtos farmacêuticos, ainda preocupa o mercado, que aguarda por um desfecho favorável.
Na véspera, Donald Trump afirmou estar próximo de um acordo com a China, e que houve avanços, embora ressalte a incerteza sobre os desfechos finais. O presidente também destacou que os EUA continuam prontos para aplicar tarifas adicionais caso os esforços de negociação falhem.
Repercussões internacionais e nova estratégia dos EUA
Antes da retomada das negociações com a China, os EUA fecharam um grande acordo comercial com a União Europeia, que prevê uma tarifa de 15% sobre diversas exportações europeias, incluindo automóveis. A inteligência do governo americano tem adotado uma postura mais flexível, suspendendo restrições sobre exportações de tecnologia para a China para apoiar as negociações, reportou o jornal Financial Times.
Especialistas avaliam que, caso a extensão da trégua seja confirmada, ela deve evitar uma escalada da guerra comercial e permitir um planejamento mais estratégico para uma possível reunião de Trump com Xi Jinping, prevista para o final de 2023 ou início de 2024.
Impactos econômicos e estratégicos
O desfecho dessas negociações será decisivo para o futuro do comércio internacional, especialmente para setores altamente dependentes de componentes tecnológicos e minerais de terras raras. A estabilidade nas tarifas contribui para evitar uma crise nas cadeias de suprimento globais, que já enfrentam diversos desafios atualmente.
Especialistas destacam que o sucesso das negociações também reflete a disposição de ambas as maiores economias do mundo em evitar uma nova fase de conflito tarifário, que poderia afetar negativamente o crescimento econômico global e os mercados financeiros.