Brasil, 28 de julho de 2025
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Confiança na construção civil recua e preocupa setor

Índice de Confiança da Construção caiu para 92,7 pontos em julho, impulsionado pela restrição ao crédito e cenário de incertezas

O setor de construção civil iniciou o segundo semestre com sinais de desaceleração na confiança, com o Índice de Confiança da Construção (ICST) do FGV Ibre recuando 1,3 ponto em julho, atingindo 92,7 pontos. Esse é o menor nível desde junho de 2021, refletindo a percepção de dificuldades futuras entre os empresários, especialmente em relação ao acesso ao crédito.

Restrição ao crédito ameaça retomada da atividade

A coordenadora de Projetos da Construção do FGV Ibre, Ana Maria Castelo, destacou que o ambiente de negócios está mais desfavorável, com 18,2% dos entrevistados apontando restrições de crédito — o maior percentual desde março de 2020. “Se esse cenário se consolidar, ele pode levar ao aumento de prazos para a entrega de obras ou até ao adiamento de lançamentos imobiliários”, afirmou Ana Maria.

Dificuldades na classe média e oferta de recursos

Segundo Ana Maria, o aumento da taxa de juros básica, que deve permanecer em 15% ao fim da reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central, pesa especialmente sobre imóveis destinados à classe média. Para programas sociais, como o Minha Casa, Minha Vida, os juros seguem fora do ritmo da Selic, e o Conselho Curador do Fundo de Garantia anunciou a liberação de mais R$ 10 bilhões para estimular a produção, diante da captação limitada de recursos pelas empresas.

Impacto dos juros mais altos na construção e no mercado de trabalho

A especialista ressalta que, para a classe média, os juros mais elevados representam um peso maior para os construtores do que para os compradores finais. Apesar da desaceleração no crescimento do mercado, a escassez de mão de obra ainda é uma evidência do setor aquecido, com a alta de 0,99% na inflação de junho, ligeiramente menor do que a registrada em maio, de 2,12%.

Inflação e aumento de preços na construção

O Índice Nacional de Custos da Construção (INCC) teve a sua maior alta em junho, impulsionada pelo grupo Materiais e Equipamentos, que atingiu 0,84%. Os aumentos mais expressivos ocorreram com Tubos e Eletrodutos de PVC, que subiram 12,89% e 7,83%, respectivamente. Segundo Ana Maria, o resultado de junho reflete reajustes concentrados naquele período e não um desaquecimento do mercado de trabalho.

A perspectiva do setor permanece de incerteza, com empresários atentos às condições de financiamento e à economia em geral. A expectativa é que essas dificuldades influenciem a continuidade de projetos e o ritmo de retomada econômica na construção civil.

Para mais detalhes, consulte a matéria completa na Fonte original.

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