Brasil, 29 de julho de 2025
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China e EUA encerram primeiro dia de negociações em Estocolmo

Delegações da China e dos Estados Unidos concluíram o primeiro dia de negociações em Estocolmo, visando estender a trégua tarifária entre as potências.

As delegações da China e dos Estados Unidos realizaram nesta segunda-feira (28) em Estocolmo a primeira rodada de negociações sobre seus encargos tarifários, como parte de esforços para manter a trégua alcançada em maio. O encontro, que termina nesta terça-feira, busca evitar uma nova escalada na guerra tarifária, cujo impacto ainda reverbera na economia global.

Negociações em Estocolmo e o contexto tarifário

A reunião, ocorrida no edifício Rosenbad — sede do gabinete do primeiro-ministro sueco —, contou com conversas que devem continuar na terça-feira, informou o Tesouro americano. Apesar do clima de sigilo, análises indicam que o objetivo principal é manter a tranquilidade no comércio internacional até a próxima fase do conflito tarifário, que pode afetar diversos países, incluindo Brasil, México e Canadá.

Impasse e expectativas

Segundo o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Guo Jiakun, “espera-se que a parte americana, junto com a China, reduza os mal-entendidos, fortaleça a cooperação e promova o desenvolvimento estável, saudável e sustentável das relações entre ambos”. Ainda assim, o cenário permanece incerto, uma vez que os progressos até o momento se concentram em temas específicos, sem acordos definitivos.

Impactos das tarifas e o papel da política internacional

As tarifas aduaneiras aplicadas pelos EUA variam entre 10% e 50% para produtos de países como Brasil, México e Canadá. Caso aumentem, essas taxas elevariam ainda mais os custos de importação, agravando os efeitos da alta histórica de tarifas que já chegam a 35% em alguns casos. De acordo com o centro de pesquisa Budget Lab, o aumento desses encargos pode elevar a média de tarifas para além dos níveis registrados desde os anos 1930.

Enquanto isso, em Washington, o presidente Donald Trump informou que tarifas extras de 15% a 20% poderão ser impostas a países que não fecharem acordos até esta sexta-feira (31). A expectativa é de que a extensão da trégua enviada por Trump indique disposição das partes de continuar conversando, avalia Thibault Denamiel, pesquisador do CSIS em Washington.

Saúde das relações e avanços possíveis

Segundo especialistas, a mudança na estratégia da administração Trump indica um maior foco na contenção de tensões e na possibilidade de alcançar avanços concretos. Um exemplo é a flexibilização temporária nas restrições à exportação chinesa de terras raras e semicondutores de alta performance, um sinal de tentativa de equilibrar interesses econômicos e diplomáticos.

Apesar dos avanços, ainda não há um acordo de fundo, e a expectativa é que uma eventual prorrogação da trégua represente o desejo de ambas as partes de manter o canal de diálogo aberto, enquanto aguardam uma eventual reunião entre Trump e o presidente chinês Xi Jinping para definir próximos passos.

Crises e desafios diplomáticos adicionais

Além do impasse com a China, os Estados Unidos enfrentam dificuldades com outros países. O Brasil, por exemplo, é alvo de ameaças de Trump, em meio a tensões relacionadas ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe, o que foi classificado por Lula como “chantagem inaceitável”.

Também há dificuldades com a Coreia do Sul, Taiwan e Índia, que ainda não têm avanços nas negociações com Washington. Por outro lado, países como Indonésia, Japão, Filipinas, Reino Unido e Vietnã assinaram acordos que preveem aumentos tarifários entre 15% e 20%, refletindo as tensões globais no comércio.

A expectativa é que o resultado destas negociações em Estocolmo possa ajudar a evitar uma escalada tarifária global, protegendo o comércio internacional de uma crise econômica maior, enquanto o mundo aguarda pelo próximo movimento da administração Trump e do governo chinês.

Fonte: O Globo

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