Nesta segunda-feira (29), a Aeroflot, principal companhia aérea da Rússia, cancelou 42 voos após sofrer um ciberataque grave, atribuído a grupos de hackers ucranianos e bielorrussos. O episódio marca a primeira grande interrupção causada por um ataque cibernético à empresa, que ocorre em um contexto de crescente conflito digital na região.
Ciberataque impacta a operação da Aeroflot
De acordo com informações divulgadas pela própria companhia, a falha nos sistemas informatizados provocou o cancelamento de diversos voos, muitos deles no aeroporto Sheremetievo, em Moscou, principal base operacional da Aeroflot. “Devido a uma falha nos sistemas informáticos”, afirmou a empresa em comunicado oficial, sem detalhar a extensão dos danos.
Autoridades russas já investigam o incidente, que foi reivindicado por um grupo de hackers conhecido como “Corvo Silencioso”, ligado à Ucrânia, e outro denominado “Partisanos Cibernéticos”, ligado à Bielorrússia. O procurador-geral da Rússia declarou que há uma investigação em andamento por “acesso ilegal” a sistemas de informações, enquanto o Kremlin classifica o caso como “bastante alarmante”.
Contexto de conflitos digitais na região
O episódio ocorre em um momento de tensão crescente entre Rússia, Ucrânia e aliados ocidentais, que veem cada vez mais a guerra cibernética como parte do enfrentamento. Analistas apontam que ataques a infraestruturas, como a aviação civil, representam um novo cenário de guerra, onde dados digitais se tornaram “o novo ouro” dos conflitos, segundo especialista norueguês.
Apesar da reivindicação, a Aeroflot não confirmou detalhes sobre a origem dos ataques ou a natureza técnica do incidente. A ocorrência reforça a vulnerabilidade de setores estratégicos em momentos de conflito, além de evidenciar o aumento da atuação de grupos hackers em ações de guerra híbrida.
Reações e preocupações internacionais
O conflito digital tem gerado preocupações em nível global, com diversas organizações apontando para uma escalada nas ações cibernéticas durante o conflito militar na Ucrânia. Segundo o governo russo, os ataques não passam de uma tentativa de desestabilização e revelam o clima de hostilidade em que se encontra a região.
Este episódio reforça a importância de medidas de segurança cibernética na aviação e em setores críticos, além de evidenciar o risco de ampliações de conflitos digitais com consequências reais na vida cotidiana de milhões de pessoas.
Perspectivas futuras
Especialistas afirmam que a tendência é de intensificação de ações ciber ofensivas por parte de ambos os lados do conflito, envolvendo não somente militares, mas também companhias e infraestruturas civis. Autoridades russas prometem reforçar a investigação e aprimorar a segurança dos sistemas de transporte e comunicação.