Brasil, 28 de julho de 2025
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A vida da médica brasileira que é segunda esposa em Dubai

Anna Vieira compartilha experiências sobre poligamia e desafios culturais em sua nova vida no Oriente Médio.

Anna Vieira, uma neurologista de 45 anos, mudou-se para Dubai em 2024. Uma profissional respeitada em sua área, começou a explorar a psicologia profunda, focada em atender a pacientes com quadros difíceis, como depressão refratária e transtornos de personalidade. No entanto, sua trajetória na cidade árabe foi marcada por mais conquistas do que apenas o sucesso profissional.

Transformações na vida pessoal em Dubai

Logo após a mudança, Anna formou amizades com pessoas de diversas nacionalidades e se apaixonou por um egípcio, com quem se casou. Este matrimônio, no entanto, apresenta uma característica que gera estranheza e até críticas entre muitos brasileiros: Anna optou por ser a segunda esposa do marido. Essa escolha, ainda que impulsionada por um amor genuíno, a colocou sob os holofotes de uma sociedade que muitas vezes encara a poligamia de forma negativa.

Na sua conta no Instagram, Anna começou a responder perguntas sobre essa diferença cultural em relação ao matrimônio tradicional brasileiro. A neurologista afirma que é comum encontrar reações de surpresa e espanto quando as pessoas descobrem que ela, uma mulher independente e altamente qualificada, é uma segunda esposa. “A imagem que as pessoas têm é, em geral, a de que a segunda esposa é submissa e desvalorizada”, comenta Anna. Para ela, essas noções acabam sendo desmistificadas ao se conhecer sua história e realizações.

Críticas e estereótipos enfrentados

Além das críticas sobre sua condição de segunda esposa, Anna também lida com comentários referentes à sua aparência e atitudes. “Muitos dizem que estou gorda ou que pareço desleixada. Existe uma vigilância constante sobre minha imagem”, observa. Esses estigmas são potencializados por um entendimento limitado do que significa ter uma relação poligâmica dentro da cultura muçulmana.

Desmistificando a poligamia

Anna reconhece que, apesar das dificuldades de aceitação, a poligamia é mais comum do que se imagina em várias culturas, embora os arranjos não sejam sempre abertamente discutidos. Ela compara sua situação a muitos casos de traições em relacionamentos monogâmicos: “No Brasil, é comum que homens tenham mais de uma família, e algumas vezes isso só vem à tona quando eles falecem. Aqui, é tratado com clareza e regras, sem engano”.

A escolha da poligamia e limites estabelecidos

A decisão de ser a segunda esposa foi uma escolha de amor e respeito, mas também envolveu a estipulação de limites claros no contrato de casamento. “Eu deixei bem explícito que não aceito uma terceira esposa”, reforça Anna. Esses contratos matrimoniais muçulmanos permitem certa personalização, algo que pode ser uma aliada para as mulheres que optam por esta via.

Retorno às raízes e a construção da carreira

Nascida em São Paulo, Anna cresceu em um lar cristão, mas foi influenciada por seu avô libanês a conhecer o Islã, convertendo-se aos 17 anos. A religião tornou-se um aspecto importante de sua vida e foi uma das razões que a levaram a explorar culturas diferentes ao redor do mundo. Após períodos em países como Síria e Portugal, ela enfrentou tragédias pessoais, incluindo a perda do marido e de um filho em um acidente.

A experiência dolorosa de luto a motivou a se aprofundar em áreas como terapias integrativas e holísticas, culminando com sua dedicação atual à psicologia profunda. Em Dubai, ela combina suas vivências pessoais com conhecimento científico para oferecer tratamentos a pacientes com problemas emocionais complexos.

Construindo uma nova dinâmica conjugal

Anna admite que aceitar o arranjo de poligamia não foi simples. “Considerando que meu marido e a primeira esposa não têm mais um relacionamento romântico, e pelo forte sentimento que temos um pelo outro, decidi que poderia ser feliz dessa maneira”, revela. Contudo, ela percebe os desafios que ainda existem na convivência entre as duas esposas, que mesmo em cidades diferentes, precisam encontrar um equilíbrio para suas rotinas.

“É um trabalho constante de alinhar expectativas e estilos de vida. Eu não sou a esposa submissa que espera apenas em casa. Tenho meus próprios projetos e ambitions”, afirma Anna. Essa dinâmica elaborada ressalta a busca de Anna por autonomia e felicidade pessoal, mesmo diante das tradições que a cercam.

Em suma, a jornada de Anna Vieira em Dubai é um reflexo de como as escolhas individuais podem desafiar normas culturais, e uma história de amor que transcende fronteiras, expectativas e preconceitos.

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