No centenário do jornal O GLOBO, o colunista Marcelo Barreto compartilha suas memórias e aprendizados adquiridos ao longo de sua trajetória. Repleto de emoção, ele relembra momentos marcantes, conexão com colegas e a importância da ética no jornalismo.
Um encontro memorável
A celebração do aniversário da amiga querida, Fernanda Godoy, proporcionou a Marcelo Barreto um momento único ao lado de grandes figuras do jornalismo brasileiro. Ao encontrar colunistas renomados como Ancelmo Gois, Dorrit Harazim, Miriam Leitão e Flávia Oliveira, ele descreve a sensação de pertencimento e honra, mesmo que inicialmente tenha se sentido um tanto deslocado. Essa experiência reflete a trajetória de Barreto no jornal O GLOBO, um espaço que, para ele, sempre foi sinônimo de qualidade e tradição.
Da infância ao estúdio: a formação do jornalista
Marcelo recorda sua infância em Bicas, onde O GLOBO era a companhia diária na sua casa. A paixão pelo jornalismo começou a florescer quando ele decidiu estagiar na editoria de Esportes, dando seus primeiros passos como repórter. “Foi um dia marcante, 2 de abril de 1991, ao chegar na redação, que percebi a magnitude deste veículo”, relembra. A junção de admiração e acolhimento recebido pelos veteranos de redação moldou sua visão e seus princípios éticos no ofício.
Aprendizados e ética no jornalismo
Ao longo de seis anos na redação, Marcelo aprendeu mais do que somente técnicas de reportagem. Ele se deparou com dilemas éticos e decisões editoriais que o instigaram a questionar e crescer profissionalmente. “Nunca trabalhei em um jornal perfeito. Discordei de muitas decisões, mas é esse questionamento que molda um bom jornalista”, reflete. Os valores que ele aprendeu se tornaram fundamentais para sua carreira e continuam a guiá-lo hoje.
Uma volta para casa
Após uma época de aprendizado e reflexão, Marcelo retorna ao O GLOBO em 2016, onde agora se sente em casa. Ele expressa gratidão por ter a oportunidade de fazer parte de um clube seleto de jornalistas que contribuíram para a rica história do jornalismo brasileiro. “Nunca imaginei que estaria aqui hoje”, compartilha, reconhecendo a importância de cada experiência e de cada colega que cruzou seu caminho.
O desejo de pertencer
Em conclusão, Barreto revela que, embora tenha sentido receio e humildade ao sentar-se à mesa com grandes nomes do jornalismo, ele anseia por fazer parte desse clube. “Hoje não é dia para pudores: a este clube eu quero pertencer”, diz ele, reafirmando sua paixão pelo jornalismo e seu compromisso com a ética e a verdade. A celebração dos cem anos do O GLOBO não é apenas uma homenagem ao passado, mas um lembrete do papel vital que o jornalismo desempenha na sociedade e na construção da democracia.
Marcelo Barreto encerra sua reflexão gratitude e esperança, desejando continuar contribuindo para a construção da comunicação no Brasil, numa trajetória onde o respeito, o questionamento e a busca pela verdade são elementos centrais.
Assim, a edição comemorativa destaca não apenas a história de um jornal, mas as histórias pessoais de jornalistas que, como Marcelo, vivem e respiram a essência do jornalismo.