Brasil, 27 de julho de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Recrutador questiona orientação sexual em entrevista no DF

Denúncia revela desrespeito à lei que proíbe perguntas discriminatórias em processos seletivos.

No Distrito Federal, um caso recente gerou polêmica e trouxe à tona a necessidade de reavaliar as práticas nos processos seletivos de emprego. Uma mulher, identificada como Vanessa Ferreira, de 31 anos, denunciou ter sido questionada sobre sua orientação sexual durante uma entrevista de emprego, prática considerada ilegal e discriminatória por uma lei federal de 1995. Os questionamentos a respeito de aspectos pessoais, como religião, estado civil e planos de gravidez, estão proibidos e podem resultar em penalidades para os responsáveis.

A situação de Vanessa Ferreira

Desempregada e em busca de novas oportunidades, Vanessa se candidatou a uma vaga de auxiliar de serviços gerais e participou de uma pré-entrevista por videochamada. Segundo seu relato, o entrevistador se concentrou em questões pessoais, sem abordar sua qualificação ou experiência profissional. “Ele disse que dependendo de como eu respondesse, eu seria chamada ou não. Ele perguntou: ‘qual é a sua opção sexual?’. Me vi numa situação de ter que mentir sobre quem eu sou pra conseguir um emprego”, conta Vanessa, que não foi contratada após a entrevista.

Indignada com a situação, Vanessa decidiu levar o caso ao Ministério do Trabalho, destacando a importância de derrubar essa prática discriminatória que ainda persiste em algumas empresas. “Senão, vai ficar uma situação em que as empresas vão se sentir à vontade pra fazer esse tipo de coisa”, adiciona ela, ressaltando a urgência de um ambiente de trabalho mais respeitoso e inclusivo.

As implicações legais da discriminação

De acordo com especialistas em recursos humanos, as entrevistas de emprego devem se concentrar nas competências e experiências dos candidatos, não em questões pessoais que são irrelevantes para a função pretendida. Segundo Rosemary Barbosa, diretora de uma consultoria de RH, temas como a orientação sexual não devem ser abordados em entrevistas, pois são dados sensíveis e não legalmente aceitos para avaliação de candidatos.

O advogado trabalhista Amaury Andrade explica que a abordagem feita ao caso de Vanessa pode ser considerada crime, mesmo sem um vínculo formal com a empresa. Os candidatos têm o direito de buscar apoio jurídico e registrar ações na Justiça do Trabalho caso enfrentem discriminação. A orientação é que a pessoa afetada reúna provas, como prints de conversas ou e-mails, registre um boletim de ocorrência e formalize a denúncia nos órgãos competentes.

O que dizem os especialistas

Vários profissionais da área destacam que as perguntas feitas em entrevistas devem ser limitadas a aspectos profissionais e que a relação pessoal, saúde e vida íntima da candidata são questões que devem ficar de fora. “Entrevista de emprego é para avaliar as competências do potencial candidato e não para tratar de questões pessoais”, enfatiza Andrade, reforçando que a falta de respeito à legislação vigente é uma fraqueza que ainda precisa ser superada no mercado de trabalho.

A importância de denunciar práticas discriminatórias

O episódio vivido por Vanessa serve como um alerta para todos os candidatos em busca de emprego. É fundamental reconhecer que as práticas discriminatórias não são apenas moralmente erradas, mas também ilegais. Denunciar abusos e irregularidades é uma maneira eficaz de contribuir para um ambiente de trabalho mais justo e igualitário, tornando as empresas mais responsáveis por suas políticas de seleção.

Enquanto a luta por igualdade e respeito avança, é essencial que todas as vozes sejam ouvidas e que os direitos dos trabalhadores sejam preservados. O que aconteceu com Vanessa pode ser um ponto de inflexão para a conscientização sobre a importância de processos seletivos justos e respeitadores da dignidade humana. E cada denúncia ajuda a construir um futuro diferente, onde a inclusão e o respeito às diferenças sejam a norma.

Para mais informações sobre os direitos dos trabalhadores e atualizações sobre ações relacionadas à discriminação no local de trabalho, continue acompanhando as notícias.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes