Brasil, 27 de julho de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

PT deve ter o menor número de candidatos a governador em 2026

Em 2026, PT prioriza palanques para Lula e reduz candidaturas a governadores, enfrentando desafios eleitorais em diversos estados.

Nos preparativos para as eleições de 2026, o Partido dos Trabalhadores (PT) planeja sua estratégia política com uma abordagem cautelosa e focada. De acordo com dirigentes do partido, a sigla deve apresentar o menor número de candidatos a governador de sua história, priorizando palanques fortes para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na busca por sua reeleição e candidatos competitivos para o Senado. Embora as negociações ainda estejam em estágios iniciais, a previsão já levanta discussões sobre a viabilidade dessa estratégia.

Um histórico de candidaturas estaduais

Histórias de eleições passadas mostram que o número de postulantes a governador pelo PT variou ao longo dos anos. Em 2002, ano em que Lula foi eleito pela primeira vez, o partido lançou 24 candidatos a executivos estaduais. Porém, esse número sempre esteve associado à estratégia eleitoral para a corrida presidencial. Nas últimas eleições, em 2022, 13 nomes petistas foram registrados. Com o cenário atual, a expectativa é que o número de candidatos seja ainda menor.

Hoje, apenas três governadores estão confirmados na busca pela reeleição: Elmano de Freitas (Ceará), Jerônimo Rodrigues (Bahia) e Rafael Fonteles (Piauí). Nos estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste, a possibilidade de não termos candidatos petistas a governador é real, o que acende um sinal amarelo entre os líderes do partido. Os petistas esperam usar as candidaturas estaduais para buscar maiores apoios entre os partidos de centro, que, devido a suas divisões internas, podem resistir a apoiar Lula na corrida presidencial.

Alianças e os novos cenários eleitorais

A estratégia do PT envolve formar alianças importantes para fortalecer a base de apoio. Por exemplo, a sigla firmou uma aliança com o ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), para a disputa em Alagoas, e o apoio à família Barbalho na disputa do Pará é amplamente considerado. Em Santa Catarina e Paraná, no entanto, as dificuldades em formar alianças têm gerado preocupação, especialmente após o desempenho surpreendente do candidato Décio Lima nas últimas eleições.

Além disso, o partido considera contar com o recall de Lima para uma possível candidatura ao Senado, uma vez que uma renovação significativa no Senado pode favorecer os aliados de Jair Bolsonaro. Para o PT, garantir presença forte no Senado é crucial, não apenas em termos de numeração, mas também no sentido de combater possíveis ações adversas. O ex-presidente Bolsonaro, por exemplo, já manifestou a intenção de ampliar a bancada do PL, o que agravaria as dificuldades para Lula em um possível segundo mandato.

A importância de São Paulo nas eleições de 2026

São Paulo, representando 22% do eleitorado nacional, é considerado um estado crítico para a estratégia eleitoral do PT em 2026. As lideranças do partido entendem que, mesmo que o candidato escolhido não tenha chances reais de vitória, é essencial ter uma presença forte lá. Um desastre eleitoral em São Paulo poderia comprometer seriamente a candidatura de Lula à presidência.

Recentemente, Lula começou a abordar a eleição em São Paulo com outros líderes, incluindo o vice-presidente Geraldo Alckmin e outros ministros. O PSB, por sua vez, defende a candidatura de Alckmin, enquanto figuras internas do PT tentam colocar Márcio França (PSB) em evidência, considerando-o um candidato viável para a disputa no estado.

Desafios em estados bolsonaristas

No panorama eleitoral, os desafios são visíveis, especialmente em estados com forte presença do bolsonarismo. O PT está em busca de uma abordagem pragmática, considerando alianças com partidos de centro-direita que não estejam alinhados a Bolsonaro. Em Minas Gerais e Mato Grosso, por exemplo, os petistas avaliam diferentes possibilidades para se posicionar estrategicamente nas eleições que se aproximam.

Conclusão

A decisão do PT em apresentar um número reduzido de candidatos a governador reflete uma estratégia voltada para a construção de palanques que fortaleçam a reeleição de Lula e visem penetrações no Senado. O cenário é desafiador e exigirá articulações cuidadosas para que o partido não apenas mantenha sua relevância, mas também possa expandir sua influência em um ambiente político competitivo e polarizado.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes