Brasil, 27 de julho de 2025
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Os eleitores indecisos e suas preocupações para 2026

Entenda como as percepções e demandas dos eleitores indecisos moldarão as eleições de 2026 no Brasil.

Com a eleição de 2026 se aproximando, a polarização política no Brasil continua a dividir o país entre lulistas e bolsonaristas. Em meio a esse cenário, um grupo significativo de eleitores se destaca como indeciso, representando cerca de 10% do eleitorado, conforme estimativa de Felipe Nunes, diretor da Quaest. Esses eleitores, que não têm suas preferências políticas cristalizadas, serão o foco de uma nova série de reportagens do GLOBO, que visa entender suas preocupações e motivações.

A relevância dos indecisos nas eleições de 2026

Os indecisos de hoje são os eleitores que, em 2022, foram fundamentais para a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva sobre Jair Bolsonaro. Agora, com a proximidade das novas eleições, esses cidadãos serão ainda mais relevantes, pois suas decisões podem influenciar o resultado. A série de reportagens acompanhará de perto as perspectivas de oito moradores de colégios eleitorais estratégicos, incluindo as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Minas Gerais.

Preocupações dos eleitores indecisos

As preocupações desses eleitores variam entre demandas antigas, como segurança pública e corrupção, e novas questões como o possível tarifaço de 50% que pode afetar diversos produtos brasileiros, uma ameaça vinda do presidente dos EUA, Donald Trump. Essa questão está diretamente relacionada ao sentimento de soberania nacional e ao estado da economia, que se tornaram tópicos centrais nas discussões políticas atuais.

Os valores e o perfil do eleitor indeciso

De acordo com Felipe Nunes, entender o perfil, os valores e as crenças desses eleitores será crucial para os candidatos que almejam a vitória em 2026. Os indecisos tendem a incluir empreendedores individuais e liberais sociais, que tradicionalmente apoiavam o PSDB, mas que atualmente estão em busca de uma representação mais alinhada com suas visões democráticas e suas expectativas econômicas.

Esses eleitores estão concentrados principalmente nos grandes centros urbanos, onde a fatia do eleitorado que antes apoiou Lula em defesa da democracia, agora se mostra insatisfeita com seu governo. Essa insatisfação, no entanto, não é uma posição definitiva. Questões como a reação do governo Lula ao tarifaço e sua proposta de avanço na justiça social juntamente com a reforma tributária podem reverter essa situação.

As vozes dos eleitores

Fabiana Gomes, uma administradora de Belo Horizonte, expressa sua insatisfação com a aparente incapacidade do governo em lidar com demandas urgentes, como a liberação do orçamento federal. Ela, que havia votado em Lula para impedir a ascensão de Bolsonaro, agora pondera suas opções para 2026. Por outro lado, Vinícius dos Santos, atendente de São Paulo, elogia o discurso de soberania, mas critica a comunicação do PT com os jovens.

Outro eleitor, Lucas Santana, dono de uma loja em Salvador, reflete sobre sua experiência com Lula e expressa a necessidade de candidatos que não ajam contra os interesses nacionais. O sentimento de dúvida é palpável: “Não me considero nem de direita nem de esquerda, mas a economia é um ponto central para minha escolha”, afirma.

Enquanto isso, Célio Gomes, um balconista do Rio de Janeiro, busca um candidato disposto ao diálogo e critica a ênfase nacionalista do governo atual, sentindo falta de uma abordagem mais conciliatória com os EUA. Ele ressalta: “Entramos numa rota de confronto com Trump que é impensável, meu Deus!”

Pontos de confronto e divergências

As opiniões dos eleitores indecisos refletem uma diversidade de perspectivas. Walter Dias, taxista em São Paulo, reclama da deterioração de seu poder de compra sob o governo Lula, enquanto Wagner Oliveira, entregador no Rio, clama por políticas que atendam as necessidades da classe mais baixa, evidenciando a vulnerabilidade dos trabalhadores informais no contexto atual.

Enquanto as eleições de 2026 se aproximam, os candidatos que entenderem e se conectarem com as preocupações desses eleitores têm maiores chances de conquistar seus votos. A luta por apoio nas urnas não será apenas uma questão de ideologia, mas uma dança complexa entre entender as demandas, valores e as esperanças dos cidadãos.

O cenário político brasileiro, assim, continua a se moldar, e a necessidade de diálogo e inclusão se faz cada vez mais urgente à medida que se aproxima o dia da votação.

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