No pequeno estado de Djibuti, localizado na África Oriental, a Igreja Católica lançou uma iniciativa chamada LEC (Ler, Escrever e Calcular) para atender crianças carentes, sejam elas cristãs ou muçulmanas. O propósito desse programa é fornecer educação a menores não acompanhados, dando-lhes a oportunidade de construir um futuro livre da pobreza. O Bispo Dom Jamal Boulos Sleiman Daibes fez questão de ressaltar a importância dessa intervenção: “Damos-lhes a oportunidade de ter uma educação que os ajudará a construir um futuro melhor”.
A urgência da alfabetização em Djibuti
As crianças atendidas pelo programa, que têm entre 8 e 12 anos, muitas vezes enfrentam sérios desafios em sua formação acadêmica. A maioria não tem acesso à leitura e à escrita, ou mesmo conhecimento das operações matemáticas básicas. As condições familiares complicam ainda mais a situação, já que muitas dessas crianças precisam trabalhar para ajudar no sustento da casa. “O futuro dessas crianças é ameaçado pela falta de educação. Analfabetas, elas ficam restritas a uma vida de dificuldades”, observou o Bispo. Assim, as LECs surgem como um alicerce fundamental para uma mudança social significativa.
A importância da diversidade na comunidade católica
A Igreja Católica em Djibuti, embora numericamente pequena, com cerca de 5.000 fiéis, é um microcosmo de diversidade, abrangendo católicos de 25 nacionalidades diferentes. “Temos uma comunidade rica em tradições e culturas, que se une em torno dos principais feriados religiosos. É uma oportunidade para celebrar essa diversidade e reforçar nossa unidade”, destacando a convivência pacífica entre as diversas tradições culturais.
Mesmo diante de desafios, a Igreja tem se mostrado uma referência importante na sociedade djibutiana, atuando com determinação na promoção da educação. “As LECs são um exemplo concreto do nosso compromisso para com o bem-estar da comunidade e a redução da pobreza. A educação é uma ferramenta poderosa que pode abrir portas para um futuro melhor”, afirmou Dom Daibes.
Educação: um pilar central das atividades da Diocese
A Diocese de Djibuti tem se esforçado para manter a educação como um foco de suas atividades desde a década de 1950, administrando três escolas primárias, duas na capital e uma em Ali Sabieh. Nos últimos anos, essas instituições expandiram suas atividades para incluir educação infantil. O apoio governamental tem sido crucial nesse processo, permitindo não apenas a manutenção das escolas, mas também a remuneração dos professores.
Dom Daibes enfatizou que a inclusão de crianças com deficiência nas escolas é uma prioridade, reconhecendo os estigmas sociais que frequentemente cercam essas situações. O programa visa não apenas educar, mas também promover uma compreensão mais ampla sobre as potencialidades dessas crianças, ajudando suas famílias a perceber que a deficiência pode ser vista como uma riqueza e não um fardo.
Atuação social para além da educação
Além dos esforços educacionais, a Igreja Católica tem ampliado sua atuação no cuidado e acolhimento dos jovens migrantes, especialmente aqueles que chegam ao país sem a companhia de familiares. Djibuti é um ponto de passagem crucial para muitos migrantes da Etiópia e Somália que buscam atravessar o Mar Vermelho. “O problema dos jovens migrantes é sério”, advertiu o Bispo, mencionando que muitos desses jovens acabam vivendo nas ruas, expostos a múltiplos riscos.
Por meio da Caritas, em parceria com o UNICEF, a Igreja tem oferecido abrigo, alimentação, cuidados médicos e atividades recreativas para esses menores. “Esses jovens passaram por experiências duras. O ambiente acolhedor do centro oferece uma alternativa às ruas, e trabalhamos para facilitar seu retorno ao país de origem quando possível”, declarou Dom Daibes. Voluntários, incluindo membros da base militar italiana, têm colaborado nesse esforço, reforçando a importância do comprometimento da comunidade com os mais vulneráveis.
Embora a Igreja Católica em Djibuti enfrente desafios devido à sua dimensão e recursos limitados, sua missão de servir os mais necessitados é clara. Dom Daibes concluiu: “Queremos ser testemunhos da fé a serviço dos mais vulneráveis em nossa sociedade”.
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