Os Estados Unidos confirmaram neste domingo que as novas tarifas comerciais, que entrarão em vigor em 1º de agosto, serão aplicadas ao Brasil, apesar das controvérsias. O secretário de Comércio, Howard Lutnick, afirmou em entrevista à Fox News que o prazo final para a imposição das tarifas está mantido e que, a partir dessa data, as alfândegas começarão a arrecadar o valor correspondente.
Tarifas de 1º de agosto e possibilidade de negociações
Segundo Lutnick, embora as tarifas entrem em vigor logo no dia 1º, o presidente Donald Trump continuará aberto a negociações com parceiros comerciais. “Não haverá prorrogações nem mais períodos de carência. Em 1º de agosto, as tarifas serão fixadas. Entrarão em vigor. As alfândegas começarão a arrecadar o dinheiro, e pronto”, declarou.
Apesar da adesão às tarifas, o secretário explicou que o governo norte-americano busca manter as portas abertas para acordos. “Eles esperam chegar a um acordo, e isso depende do presidente Trump, que lidera esta mesa de negociações”, afirmou, referindo-se à União Europeia, cuja negociação ocorre na Escócia neste domingo.
Base legal para tarifas ao Brasil e contexto geopolítico
O governo dos EUA está elaborando uma nova declaração de emergência que serviria de base legal para aplicar tarifas ao Brasil, uma medida que ainda não está definitiva. Pessoas próximas ao governo indicam que essa ação seria necessária devido à balança comercial do país, que apresenta superávit para Washington — ao contrário dos demais países com tarifas aplicadas, que possuem déficit comercial com os EUA.
De acordo com fontes familiarizadas, a iniciativa visa ampliar o respaldo jurídico para as ameaças tarifárias de Trump, que há semanas anunciou a possibilidade de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. O movimento também é interpretado como uma demonstração de apoio ao presidente Jair Bolsonaro, com quem Trump tenta fortalecer laços diante de tensões recentes.
Repercussões internacionais e opiniões contrárias
Senadores democratas manifestaram preocupação com a medida, alertando para os riscos de uma guerra comercial e o abuso de poder por parte do governo Trump. Em nota, os legisladores Jeanne Shaheen (Nova Hampshire) e Tim Kaine (Virgínia) criticaram a tentativa de interferir no sistema jurídico de outra nação, ressaltando o perigo de retaliações internacionais.
Além do Brasil, os EUA já estabeleceram tarifas com cinco países: Grã-Bretanha, Vietnã, Indonésia, Filipinas e Japão. Esses acordos, embora superem os 10% inicialmente aplicados, ainda estão bem abaixo das taxas de ameaça, que Trump disse que poderiam alcançar níveis elevados se os países não concordarem com a postura de Washington.
Impactos potenciais e cenário de negociações
Especialistas avaliam que a imposição de tarifas ao Brasil pode gerar tensões na relação bilateral, além de impacto na economia brasileira. Enquanto isso, a administração Trump busca justificar as altas sobretaxas com base em déficits comerciais considerados excessivos, embora o Brasil seja uma exceção ao apresentar superávits.
A expectativa é de que as negociações prossigam nas próximas semanas, com a possibilidade de acordos ou novas confrontações comerciais. A firma de Lutnick reforça que, apesar das tarifas, o objetivo é manter comunicação aberta e evitar uma escalada de guerra tarifária.
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