Brasil, 27 de julho de 2025
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Eduardo Bolsonaro radicaliza discurso e isola oposição no Congresso

A postura de Eduardo Bolsonaro gera preocupação entre aliados e pode dificultar articulações importantes para a direita.

Recentemente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) tem adotado uma postura cada vez mais radical, o que vem gerando preocupação entre seus aliados. Líderes do Senado alertam que suas declarações estão isolando a oposição aliada ao ex-presidente Jair Bolsonaro dentro do Congresso. A escalada do tom ocorreu após uma série de sanções atingirem o seu pai, e parece ter acelerado uma virada de comportamento por parte do “03” da família Bolsonaro.

Declarações de Eduardo Bolsonaro que geram polêmica

Eduardo recentemente subiu o tom em relação aos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), sugerindo que ambos poderiam sofrer sanções pelo governo de Donald Trump caso não pautassem o PL da anistia e o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal. Essa afirmação gerou reações intensas nas fileiras da direita, onde muitos consideram a condição imposta pelo deputado como “absurda”.

Na sexta-feira, ao fazer estas declarações, Eduardo demonstrou estar ainda mais radicalizado pela operação que afetou sua família, incluindo a proibição de contato com seu pai, o uso de tornozeleira eletrônica e o congelamento de contas bancárias de Jair Bolsonaro. Um líder próximo à família Bolsonaro reconheceu essa radicalização, enfatizando que a pressão externa tem gerado reações contraditórias dentro do partido.

Impacto nas articulações políticas

A postura agressiva de Eduardo pode dificultar as articulações políticas do PL no retorno do recesso parlamentar, com o risco de comprometer projetos prioritários. A preocupação se estende até os senadores que estão próximos a ele, como Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que disse que a situação pode atrapalhar o diálogo, uma vez que a intransigência pode levar a um impasse.

Bolsonaro pai também demonstrou preocupação com a conduta do filho em conversas recentes com aliados, pedindo que se mantenham firmes na defesa de sua inocência, mas sem que isso resulte em uma escalada de tensão com as instituições. “É necessário construir o diálogo, mas a radicalização não é o caminho”, refletiu um aliado.

Reação dos opositores e do governo

Críticos da atuação de Eduardo, especialmente em alianças com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acreditam que sua postura busca uma forma de “vingança” após o que percebem como ataques da Justiça à família. Para eles, isso é visto como uma “autodestruição política”, que está levando a um afastamento ainda maior de potenciais aliados. Enquanto isso, pesquisas recentes indicam um descontentamento da população com as declarações extremas do deputado, reforçando a ideia de que sua imagem pode estar se deteriorando.

Por outro lado, a ala governista vê isso como uma oportunidade para retomar a popularidade, já que a oposição parece desarticulada e em conflito interno. Expectativas de um “efeito rebote” em função das ações de Eduardo estão crescendo, especialmente após indícios de que a advocacia de investimentos e as pautas liberais tendem a prejudicar a continuidade do PL como força política unificada. Aliados do governo, por sua vez, utilizaram a figura de Eduardo para rechaçar suas próprias iniciativas e enfatizar uma superação dos conflitos no cenário político atual.

Silêncio de Alcolumbre e cautela de Motta

A reação dos líderes da Casa, Davi Alcolumbre e Hugo Motta, à radicalização de Eduardo tem sido de silêncio. Ambas as figuras têm se mantido distantes do debate, indicando uma certa cautela ao lidar com as provocações do deputado. Enquanto isso, a falta de respostas rápidas e diretas pode ser uma estratégia deliberada para desescalar tensões e preservar a influência política.

O discurso radical de Eduardo Bolsonaro vem trazendo novas considerações para o debate político no Brasil. O impacto de suas ações não se limita às relações pessoais, mas se estende ao comportamento e à estratégia global da direita no país. Com o recesso parlamentar chegando ao fim e a volta das atividades legislativas, as consequências das palavras e atitudes de Eduardo podem definir o caminho que a oposição seguirá nos próximos meses.

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