A Copa América Feminina de 2025, realizada no Equador, chegou às semifinais e, com isso, as críticas acerca da organização do torneio se intensificam. Entre os principais pontos questionados estão a baixa presença de público nos estádios e as reivindicações por maior igualdade no futebol sul-americano. Jogadoras, comentaristas e torcedores destacam falhas estruturais, exigindo que a competição feminina alcance o mesmo padrão das edições masculinas.
A comparação com a Eurocopa Feminina
Esta décima edição da Copa América trouxe à tona as desigualdades existentes quando comparada à Eurocopa Feminina, cujos jogos atraem multidões e são promovidos de maneira mais agressiva. O torneio europeu, que culmina na final entre Espanha e Inglaterra, conta com estádios lotados e um forte envolvimento da torcida.
Os principais pontos de críticas
Ergam seus vozes as jogadoras que enfrentam não apenas adversárias em campo, mas também a falta de condições adequadas para o desempenho de suas funções profissionais. Na primeira fase da Copa América, três questões dominaram as reclamações:
1. Falta de VAR
A atacante chilena Yanara Aedo criticou a ausência do VAR durante a fase de grupos. Ela enfatizou que é um desrespeito para com as jogadoras não ter esse recurso, principalmente quando comparado ao uso do VAR na Eurocopa, onde foi aplicado desde o início. No caso da Copa América, seu uso foi liberado apenas a partir das semifinais, fazendo com que as jogadoras sentissem a falta de uma maior transparência e justiça nas decisões de arbitragem.
2. Baixa presença de público
As arquibancadas da Copa América estiveram longe de ficar cheias. O estádio Gonzalo Pozo Ripalda, que comporta até 18 mil torcedores, viu apenas algumas dezenas de fãs acompanharem a equipe icônica do Brasil, liderada pela lendária Marta. O cenário desolador se repetiu em diversas partidas, com números de público escassos e sem divulgação oficial. Torcedores expressaram indignação com a limitação de venda de ingressos e a escolha de locais e horários que não favoreciam a presença do público jovem, especialmente das escolas de futebol.
3. Condições de trabalho
A capitã uruguaia, Pamela González, foi enfática ao afirmar que as jogadoras precisam de melhores condições de trabalho, enfatizando que suas remunerações são muito inferiores às dos homens. Antes de um jogo, as jogadoras do Uruguai se juntaram em protesto, indicando que não receberam a preparação necessária para competir ao mais alto nível. Essas tensões refletem a luta por reconhecimento e respeito dentro de um sistema que ainda apresenta barreiras significativas.
Menos apoio e visibilidade
A visibilidade e o apoio ao futebol feminino no continente continuam a ser assuntos delicados. Enquanto a Eurocopa Feminina bateu recordes com mais de 623 mil torcedores durante o torneio, na Copa América, foi notável a ausência do público, com a maior audiência registrada na estreia do Equador, que reuniu cerca de 6 mil fãs.
“Falta muito para o futebol feminino crescer. As pessoas precisam se interessar e querer nos conhecer”, declarou a zagueira argentina Adriana Sachs, ecoando o chamado por maior envolvimento da torcida e da mídia.
Esperança de mudança
Apesar dos desafios, as jogadoras brasileiras, como Kerolin e Marta, continuam a lutar pela igualdade das condições oferecidas aos atletas. As críticas, amplamente reconhecidas, podem ser um primeiro passo para a mudança, mas ainda há muito a ser feito para garantir o respeito e a valorização do futebol feminino.
Ao final, a Copa América Feminina de 2025, mais do que uma vitrine de talento, se tornou um palco para reivindicações pela igualdade de direitos e a valorização do esforço das mulheres no esporte. As jogadoras continuam a sonhar com um futuro onde suas conquistas e dedicação sejam reconhecidas e celebradas.