A conta de mídia social associada à agência de inteligência israelense Mossad divulgou uma crítica contundente ao líder supremo do Irã, Ayatollah Ali Khamenei, acusando-o de estar inapto para governar devido a supostos problemas com substâncias e desconexão das necessidades públicas. A postagem, veiculada na plataforma X (antigo Twitter), não nomeou diretamente Khamenei, mas foi amplamente interpretada como uma referência ao líder de 86 anos.
O conteúdo provocativo da postagem
A mensagem provocativa publicada no perfil @MossadSpokesman, que frequentemente se dirige ao público de língua persa, levantou questões sobre a capacidade de Khamenei de liderar. “Como pode um líder liderar quando dorme metade do dia e passa a outra metade sob o efeito de substâncias?”, questionava a postagem, que também terminou com uma exortação à população: “Água, eletricidade, vida!” Essa frase tornou-se um lema significativo, tocando em temas relevantes para o cotidiano dos iranianos.
A conta do Mossad, conhecida como “Mossad Farsi”, tem se mostrado uma presença online cada vez mais provocativa. Embora Israel não tenha confirmado oficialmente a propriedade dessa conta, ela é amplamente reconhecida como um canal de comunicação oficial do Mossad que visa o público iraniano. Essa estratégia de comunicação busca expor fragilidades de liderança e questionar a governança atual no Irã.
Interação com a audiência iraniana
No início deste mês, a conta também respondeu a um aviso da agência de notícias Tasnim sobre a nova nomeação de um comandante, insinuando que o governo iraniano ocultava informações básicas dos cidadãos. A postagem direcionou aos usuários um convite para adivinharem o nome do novo comandante, mostrando uma disposição para interagir com os seguidores e, ao mesmo tempo, provocar desconfiança sobre a transparência da liderança iraniana.
A interação gerou uma resposta significativa, com mais de 2.300 usuários participando do desafio. Muitos sugeriram nomes de figuras proeminentes do regime, incluindo Mojtaba Khamenei, filho do líder supremo. A postura da conta, repleta de sarcasmo, culminou em respostas que variaram de ameaças a zombarias.
Reação de um usuário sortudo
Após um dia, a conta do Mossad Farsi parabenizou um usuário, Behnam Golipour, que havia adivinhado corretamente o nome do comandante como Ali Abdollahi Aliabadi, um ex-chefe adjunto da Força Aérea do IRGC. “O vencedor que adivinhou corretamente o ‘nome secreto’ é o sr. Behnam. Entre em contato conosco para receber seu prêmio”, publicaram.
No entanto, a atenção repentina deixou Golipour alarmado, e ele se apressou em esclarecer: “Não recebo dinheiro ou compensação de nenhum indivíduo, instituição ou organização pela liberdade do povo iraniano. Sou independente e livre. Por isso, posso escrever aqui livremente e sem hesitação. Para mim, a liberdade do povo iraniano é o maior desejo e a melhor recompensa.”
Esse tipo de comunicação da Mossad, que combina provocação e engajamento direto com a audiência iraniana, está se tornando uma ferramenta estratégica. As críticas ao regime e as interações com cidadãos comuns revelam uma nova dimensão na guerra de informação que se desenrola entre Israel e Irã, onde os limites da diplomacia tradicional são desafiados por novas formas de diálogo e resistência.
Conclusão
A crítica da Mossad a Khamenei não é apenas uma observação política; é um chamado para uma discussão mais ampla sobre a responsabilidade do governo e a necessidade de lideranças efetivas em um país que enfrenta desafios significativos. Enquanto as tensões entre Israel e Irã continuam, as plataformas sociais emergem como um novo campo de batalha, onde as mensagens são disseminadas e podem influenciar a opinião pública de maneiras inesperadas.
