O atacante do Flamengo, Bruno Henrique, e seu irmão, Wander Nunes Pinto Júnior, se tornaram réus em um caso de fraude em apostas esportivas. A denúncia, apresentada pelo Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT), foi aceita pelo Tribunal de Justiça do DF nesta sexta-feira, 26 de julho de 2025. Embora o juiz Fernando Brandini Barbagalo, da 7ª Vara Criminal de Brasília, tenha rejeitado o pedido para que os denunciados e outros sete investigados também enfrentassem acusações de estelionato, a situação ainda é grave, e o MPDFT planeja recorrer dessa decisão.
A situação atual da investigação
O Ministério Público argumenta que as empresas de apostas supostamente prejudicadas não apresentaram a representação formal necessária para a continuidade do processo de estelionato. Esse detalhe pode complicar a situação legal dos acusados. O caso gira em torno de um incidente específico que ocorreu durante uma partida entre o Flamengo e o Santos, realizada no Estádio Nacional Mané Garrincha em Brasília, em 1º de novembro de 2023.
O que ocorreu na partida
Segundo a denúncia, Bruno Henrique teria tentado forçar a obtenção de um cartão amarelo durante a partida. Conversas em um aplicativo de mensagens, realizadas em 29 de agosto de 2023, revelam que Bruno teria avisado seu irmão sobre sua intenção de provocar a advertência. O que se seguiu foi uma série de apostas feitas por Wander e outras cinco pessoas, levantando suspeitas sobre a legalidade das transações.
O esquema de apostas
A investigação revela que as apostas foram coordenadas, com um volume elevado que levou as casas de apostas a bloquearem os pagamentos. Foram identificadas apostas feitas em Belo Horizonte, cidade natal do jogador, com perfis de usuários que haviam sido criados recentemente. Isso levantou ainda mais suspeitas sobre a legitimidade dos envolvidos.
Quem são os denunciados
Além de Bruno Henrique e Wander Nunes, outros cinco indivíduos também estão sendo investigados, cada um com papéis distintos no suposto esquema:
- Ludymilla Araujo Lima: companheira de Wander, que teria cedido contas e dados bancários para viabilizar as apostas.
- Poliana Ester Nunes Cardoso: prima de Bruno Henrique, que recebeu a informação de Wander e tentou lucrar com a aposta.
- Claudinei Vitor Mosquete Bassan: amigo de Wander, que fez várias apostas com lucro e orientou outros sobre como apostar.
- Rafaela Cristina Elias Bassan: companheira de Claudinei, que autorizou o uso de contas pessoais para apostas.
- Henrique Mosquete do Nascimento: irmão de Claudinei, que também apostou com sucesso.
- Andryl Sales Nascimento dos Reis: amigo dos demais, que admitiu em mensagens que as apostas eram combinadas.
- Max Evangelista Amorim: amigo de Claudinei, que criou uma conta apenas horas antes do jogo e apostou no cartão amarelo.
Acordos e desdobramentos
Um dos investigados, que confessou seu envolvimento, firmou um Acordo de Não Persecução Penal (ANPP) com o Ministério Público, o que permite que o acusado evite um processo criminal sob determinadas condições. Este acordo foi oferecido a outros investigados, mas apenas Douglas aceitou o trato, o que poderá ter implicações sérias para os demais acusados em caso de condenação.
A situação é tensa e o desfecho deste caso poderá influenciar não apenas a carreira de Bruno Henrique, mas também a imagem do futebol brasileiro diante de questões relacionadas à ética e à honestidade nas apostas esportivas.
Próximos passos para os denunciados
Com o MPDFT decidindo recorrer da rejeição ao estelionato, o desenrolar dessa investigação ainda pode trazer novas surpresas. Os acusados, além da pressão pública, enfrentam um processo judicial que poderá durar anos. Para os fãs do Flamengo e do futebol, o caso serve como um alerta sobre os riscos de manipulações e fraudes no esporte, destacando a importância da integridade nas competições.
O que resta saber agora é como o sistema judiciário lidará com essa situação e quais serão as repercussões para o esporte nacional. As próximas semanas e meses certamente serão cruciais nesta história.