A gestão municipal de São Paulo, liderada pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB), anunciou uma medida de segurança para combater a crescente onda de depredações de ônibus na cidade. A partir desta sexta-feira, dia 25, 200 agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM) estarão mobilizados para patrulhar os coletivos, numa tentativa de desestimular a violência que tem afetado os transportes públicos.
Aumento da segurança nos coletivos
A iniciativa foi lançada após Nunes manifestar preocupação e críticas à Polícia Civil pela lentidão na resolução dos casos de vandalismo, que têm se intensificado nas últimas semanas. O plano, segundo o prefeito, inclui a colocação de guardas nos coletivos, focando em áreas que têm registrado ataques frequentes, especialmente na Zona Sul de São Paulo. Além disso, os GCMs estarão presentes nas garagens dos ônibus e ao longo dos trajetos, garantindo assim uma cobertura mais ampla e efetiva.
“Eu pedi ao vice-prefeito, coronel Mello Araújo, que coordena a nossa Operação Delegada, para que coloquemos policiais dentro dos ônibus. O vice-prefeito está tratando disso com a SPTrans para que, nos próximos dias, isso seja iniciado,” adiantou Nunes em uma coletiva na quarta-feira.
Dados alarmantes sobre depredações
Os números de ataques são preocupantes: até a última terça-feira, mais de 813 veículos foram depredados, com 530 casos ocorrendo apenas na capital. As cidades da Grande São Paulo e da Baixada Santista também têm enfrentado esse problema. Em resposta a essa onda de destruição, 22 pessoas foram presas, evidenciando um esforço conjunto das autoridades para identificar e penalizar os responsáveis.
Investigação em andamento
Uma das prisões mais notáveis foi a de Edson Aparecido Campolongo, um homem de 68 anos, que confessou ter feito ao menos 17 ataques na Grande São Paulo. Ele justifica seus atos dizendo que deseja “consertar o Brasil”. No entanto, as autoridades estão cautelosas em aceitar essa explicação simplista. Os delegados acreditam que Campolongo poderia ter sido manipulado ou incitado por indivíduos ou grupos externos.
O secretário executivo de Segurança Pública, Osvaldo Nico, comentou: “Não levamos tão a sério o que ele falou. Alguma cortina tem por trás disso.” Essa afirmação indica que a polícia está em busca de conexões mais profundas que possam explicar a motivação por trás desses ataques.
Expectativas para a investigação
As autoridades seguem investigando possíveis ligações de Campolongo com correntes políticas ou sindicatos que poderiam ter incitado os ataques. Até o momento, não foram encontradas conexões claras, mas a Polícia Civil se comprometeu a continuar a investigação para garantir que todos os envolvidos sejam responsabilizados.
O prefeito Nunes, em uma entrevista à GloboNews, também expressou sua frustração com a lentidão da Polícia Civil na resolução desse caso, enfatizando a importância de um trabalho eficaz não apenas para elucidar os ataques, mas para restaurar a confiança da população no transporte público e na segurança de seus cidadãos.
“Está demorando [a elucidação da onda de ataques], eu reconheço. Reconheço. Até faço aqui uma crítica à Polícia Civil. Porque, quando a gente tem que elogiar, tem que elogiar, mas também, quando tem que criticar, tem que criticar,” observou Nunes. “A certeza que temos é que a Polícia Civil vai chegar a uma conclusão, identificar quem são essas pessoas e aplicar a punição.”
Conclusão
A combinação de um aumento na presença da GCM nos ônibus e a investigação contínua dos ataques esperam proporcionar um ambiente mais seguro para os passageiros. Com a sociedade clamando por respostas e medidas duradouras de segurança, a atuação da prefeitura e das forças de segurança será crucial nos dias que seguem.
As ações estão se intensificando, e a população aguarda não apenas a resolução dos casos de depredação, mas uma sensação de segurança ao utilizar os transportes públicos da cidade.