Brasil, 26 de julho de 2025
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Preço do café cai 0,36% em julho após um ano e meio

Depois de 18 aumentos consecutivos, o valor do café para o consumidor recua pelo primeiro mês desde dezembro de 2023, segundo IBGE.

O preço do café apresentou queda de 0,36% em julho, marcando a primeira redução após um período de mais de um ano e meio de altas consecutivas, conforme divulgado nesta sexta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) revelou que essa foi a primeira diminuição registrada desde dezembro de 2023.

Mercado do café e expectativa de redução de preços

A tendência de queda no preço do café para o consumidor já havia sido prevista por analistas na semana passada, com base na diminuição das cotações no campo após o início da colheita no Brasil. A safra, que vai de março até setembro, chega ao pico de produção nos meses de junho e julho, facilitando a redução dos custos.

Dados e cifras atuais do mercado

Em junho, o valor médio do quilo do café tradicional atingiu R$ 66,70 — mais do que o dobro do preço registrado há um ano, de R$ 35,17, segundo a Associação Brasileira de Café (Abic). Apesar do recuo recente, o preço acumulado em 12 meses para o café moído alcança uma inflação de 76,5%, conforme o IPCA-15.

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo registra uma inflação de 0,33% em julho, sendo que o grupo de Alimentação e Bebidas teve uma pequena redução de 0,06% nos preços no mesmo período.

Impactos e incertezas no mercado internacional

Entre os fatores que explicam a recente mudança de tendência está a expectativa de continuidade na queda dos preços, influenciada pelo avanço da safra brasileira e pela possível redução nas tarifas de importação impostas pelos Estados Unidos. O presidente Donald Trump anunciou uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, que passa a vigorar a partir de 1º de agosto, caso não haja acordo entre os países.

Embora essa tarifa possa pressionar os preços para baixo, o setor cafeeiro brasileiro aguarda a negociação oficial, já que os Estados Unidos representam 16% das exportações brasileiras de café e são o maior mercado para o produto nacional.

Cenário global e alternativas de mercado

O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) ressalta que países como China, Índia, Indonésia e Austrália, grandes consumidores, podem absorver parte da produção brasileira, ajudando a equilibrar a oferta na crise atual. Especialistas destacam, porém, que a dependência do mercado internacional, especialmente dos EUA, mantém o setor vulnerável às tensões comerciais.

Apesar da possível redução de preços, o setor teme que fatores externos e internos continuem afetando os valores do café. O analista João Pereira, da consultoria AgroMais, reforça que a combinação de safra abundante e incertezas comerciais poderá consolidar a tendência de queda nos próximos meses.

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