Recentemente, o Partido Liberal (PL) adotou uma nova estratégia de comunicação nas redes sociais, intensificando ataques ao presidente Lula. Através do impulsionamento de publicações, o partido visa associar o petista à imposição de tarifas de 50% dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Desde a última semana, o PL confirmou que patrocinou oito posts em plataformas como Instagram e Facebook, gastando até R$ 1.500 por publicação.
Estratégia de comunicação do PL
Essa nova abordagem foi inicialmente divulgada pelo jornal “Folha de S. Paulo” e posteriormente confirmada pelo GLOBO na biblioteca de anúncios da Meta, dona das plataformas mencionadas. A prática de impulsionamento, embora não seja comum para o PL, tem sido utilizada com mais frequência desde o dia 16 de julho, com o partido buscando ampliar o alcance dos seus conteúdos, que têm registrado até 800 mil visualizações.
Nas postagens de maior sucesso, o PL defende que o ex-presidente Jair Bolsonaro é alvo de “perseguições sem provas”, enquanto acusa Lula de estar “livre e com mandato a despeito das evidências contra ele”. Além disso, o partido utiliza slogans como “soberano é o povo” e “defenda o Brasil do PT” para atrair a atenção do público. Em outra linha, o PL alega que o sistema de pagamento Pix foi criado graças ao governo Bolsonaro e critica a esquerda por supostas intenções de monitorar a ferramenta.
A resposta do PT
Por sua vez, o Partido dos Trabalhadores (PT) também tem investido pesado em publicidade digital. Desde junho, o partido destinou cerca de R$ 470 mil em anúncios nas redes sociais, promovendo respostas ao tarifaço e enfatizando temas de justiça social. Em um período de apenas um mês, o PT se destacou como o segundo maior anunciante nas plataformas da Meta, atrás apenas do governo federal, com gastos que chegaram a R$ 428 mil, focando em ampliar sua visibilidade e popularidade.
Entre os anúncios mais recentes do PT, destaca-se um que utiliza imagens geradas por inteligência artificial para criticar a taxação dos mais ricos e das casas de apostas. A mensagem central sugere que, com a implementação de uma taxação sobre 140 mil super-ricos e apostas online, 25 milhões de brasileiros poderiam deixar de pagar Imposto de Renda. A campanha foi batizada de “Taxação BBB: bilionários, bancos e bets”.
Conflito de narrativas nas redes sociais
A crescente polarização política também se reflete nas narrativas que circulam nas redes sociais. O estilo de comunicação adotado pelo deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), que utiliza uma abordagem simples e direta, foi replicado por integrantes da esquerda, que passaram a usar a mesma estratégia para criticar a antiga gestão. Em uma recente postagem, Bia Lula, neta do presidente, denunciou os ex-presidentes Trump e Bolsonaro, associado-os a uma tentativa de dominação política.
As movimentações nas redes sociais revelam uma nova fase das campanhas políticas no Brasil, onde os partidos não hesitam em investir grandes somas em publicidade digital para garantir visibilidade e engajamento. Com tantos recursos em jogo, é evidente que a disputa eleitoral se intensificará à medida que se aproximam novas eleições.
Análise da situação atual
Com as eleições de 2026 se aproximando, tanto o PL quanto o PT estão cientes da importância de dominar o discurso público, especialmente em um ambiente onde a opinião pública pode ser rapidamente influenciada por postagens nas redes sociais. Enquanto o PL se concentra em desviar a atenção para as falhas do governo atual, o PT tenta reafirmar seu compromisso com as questões sociais e econômicas que impactam diretamente o cotidiano da população.
Os esforços de ambos os partidos na esfera digital indicam que a luta pelo poder não ocorreu apenas nos palanques e nas ruas, mas também nos feeds de notícias de milhões de brasileiros. O cidadão está, portanto, no centro desse embate, sendo bombardeado por informações que moldam sua percepção sobre os partidos e seus candidatos.
Com a situação política no Brasil se tornando cada vez mais fluida, como os eleitores responderão a essas novas estratégias de comunicação? O próximo capítulo dessa história ainda está por vir, e ambos os partidos parecem determinados a utilizar todos os recursos à sua disposição, incluindo a inteligência artificial, para conquistar a confiança do eleitorado.