Neste 25 de julho de 2025, o Papa Leo XIV afirmou que os migrantes e refugiados católicos representam uma fonte de esperança e podem atuar como missionários nas nações que acolhem, conforme sua mensagem para o 111º Dia Mundial do Migrante e Refugiado.
Migrantes como missionários de esperança
Ao refletir sobre a relação entre a esperança cristã e a migração, o pontífice destacou a coragem com que muitos migrantes desafiam a morte nas rotas migratórias contemporâneas. “Com seu entusiasmo espiritual e vitalidade, eles podem ajudar a revitalizar comunidades eclesiais que se tornaram rígidas e marcadas pela desertificação espiritual,” afirmou Leo XIV em sua mensagem.
O Papa ressaltou que a resiliência desses indivíduos demonstra a fé que os sustenta, mesmo diante das adversidades, buscando um futuro de desenvolvimento humano integral. Segundo ele, a presença dos migrantes deve ser reconhecida como uma bênção divina, uma oportunidade de experimentar a graça de Deus que renova e dá esperança à Igreja.
Esperança em tempos de conflito e crise climática
Leo XIV afirmou ainda que, em um mundo marcado por guerras, injustiças e mudanças climáticas, os migrantes e refugiados permanecem como mensageiros de esperança. “Sua coragem e tenacidade testemunham uma fé que enxerga além do que nossos olhos podem ver, fortalecendo-os a desafiar a morte,” destacou o pontífice.
Ele reforçou que a presença desses indivíduos serve como lembrete de que a Igreja é uma “civitas peregrina”, em contínuo percurso rumo ao seu lar definitivo, sustentada por uma esperança teológica. O Papa também pediu uma maior valorização da responsabilidade comum e do trabalho multilateral, condenando as tendências de individualismo que ameaçam a solidariedade global.
Desafios atuais e o papel da Igreja
O Papa Leo XIV alertou para o risco de uma corrida armamentista e para os efeitos do conflito climático, que agravaram os desafios do presente e do futuro. Ele criticou a tentação de “sedentarização” da Igreja, alertando que ela deve permanecer como “cidade peregrina”, em permanente jornada, conforme o pensamento de Santo Agostinho em “A Cidade de Deus”.
O pontífice enfatizou ainda a importância de superar o individualismo, associando-o a uma “ameaça séria” ao compartilhamento de responsabilidades e à cooperação multilaterais essenciais para o bem comum. Para ele, a experiência dos migrantes e refugiados remete à jornada do povo de Israel no deserto, uma confiança na proteção divina em meio às perigosas trajetórias.
Despedida e oração pela proteção materna
Ao encerrar sua mensagem, Leo XIV manifestou o desejo de confiar cada migrante, e aqueles que os acompanham com generosidade e compaixão, à proteção materna de Nossa Senhora, Advogada dos Migrantes. “Que ela, conforto dos aflitos, continue a amparar todos que buscam um novo começo na esperança e na fé,” concluiu.
Esta reportagem foi originalmente publicada pela ACI Prensa, parceiro jornalístico em língua espanhola da CNA, e adaptada para o português.
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Por Victoria Cardiel, jornalista especializada em temas sociais e religiosos, com cobertura do Vaticano desde 2013, para diversas mídias, incluindo Europa Press e Alfa e Omega.