Ao assistir “The Fantastic Four: First Steps”, fiquei surpresa ao ver uma cena de parto em zero gravidade, protagonizada por Sue Storm enquanto fugia de um planeta com perigos cósmicos. A sequência, que mistura ação de alta velocidade e tensão emocional, aborda de forma inusitada as angústias das futuras mães, incluindo as dúvidas sobre a própria segurança e o bem-estar do bebê.
Gestação e conflitos internos na narrativa dos super-heróis
Na trama, Sue Storm (Vanessa Kirby) descobre que está grávida após anos de tentativas frustradas, enquanto enfrenta o medo de que a radiação cósmica que alterou seus genes possa afetar seu filho. Seu marido, Reed Richards (Pedro Pascal), vive a ansiedade de proteger a criança, realizando exames caseiros e se preocupando com o impacto da mutação nas células do bebê. Essas cenas retratam, de forma simbólica, o medo real de muitas gestantes sobre riscos invisíveis.
O filme explora ainda o conflito de casal, com Sue tentando manter o otimismo e Reed mergulhado na preocupação excessiva. Essa dinâmica remete às discussões comuns em famílias reais, quando se trata de preparação para o nascimento e avaliação de riscos durante a gravidez.
A cena de parto no espaço e o impacto emocional
Quando o vilão Galactus ameaça a Terra, a equipe viaja ao espaço para evitar a destruição. É nesse momento que Sue entra em trabalho de parto, em uma nave espacial em meio à luta cósmica. A cena de parto, marcada por elementos de ficção científica — como a ausência de gravidade, intervenções de poderes e a presença do vilão Silver Surfer — traz uma experiência quase de outro mundo.
Durante a cena, Sue tenta controlar as contrações usando seus poderes, enquanto enfrenta ameaças externas e o risco de seu bebê ser capturado pelo vilão. Reed tenta ajudar, enquanto Johnny Storm (Joseph Quinn) e Ben Grimm (Ebon Moss-Bachrach) tentam proteger a nave, criando um quadro de urgência quase surreal. A experiência de assistir a um nascimento em espaço, com tantas ações extremas, remete aos desafios de gestar em ambientes imprevisíveis — só que elevando tudo a um nível de ficção científica.
A originalidade do parto espacial na Marvel
Até então, raramente se viu uma cena de nascimento em uma produção de super-heróis, ainda mais envolvendo espaço e poderes especiais. Essa abordagem inovadora mistura conceitos de horror corporal, tensão dramática e humor negro, resultando em um momento marcante na narrativa. Apesar do impacto visual, o filme termina com uma mensagem de esperança, reforçando a possibilidade de nascimento e renovação mesmo nas circunstâncias mais extremas.
Reflexões sobre maternidade na cultura pop
Ao assistir essa cena, lembrei-me das questões reais enfrentadas por grávidas: o medo do parto, a preocupação com o futuro do bebê e o sentimento de vulnerabilidade. Em uma mistura de fantasia e realidade, “The Fantastic Four” consegue transmitir essas emoções universais, elevando a experiência de um simples ato biológico a uma aventura cósmica.
Essa ousadia narrativa demonstra como o universo dos super-heróis também pode explorar temas humanos profundos, como a maternidade, oferecendo uma nova perspectiva para fãs e espectadores em geral.