Brasil, 25 de julho de 2025
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Navios tentam chegar aos EUA antes de tarifas de cobre de Trump

Após anúncio de tarifa de 50% a partir de 1º de agosto, navios carregados de cobre aceleram transporte para evitar altos custos

Ao menos quatro navios carregados de cobre tentam chegar aos portos dos Estados Unidos antes de agosto, em uma corrida contra o tempo para escapar das tarifas planejadas pelo governo americano. A medida, anunciada pelo presidente Donald Trump, elevará a alíquota de importação do metal para 50%, o que pode encarecer significativamente as operações comerciais.

Corrida final por importações de cobre antes das tarifas de Trump

Nos últimos dias, a urgência para garantir as cargas aumentou, com embarcações acelerando trajetos e alterando rotas para chegar aos portos dos EUA antes da entrada em vigor das tarifas em 1º de agosto. Segundo dados da empresa de análise marítima Kpler, um dos carregamentos, a bordo do graneleiro Kiating, saiu do porto de Townsville, na Austrália, para o Havaí, após alterar sua rota de Nova Orleans, nos Estados Unidos, o que reduziu o tempo de viagem em quase 20 dias.

Risco de demora na entrada das cargas

Embora o destino tenha sido mudado, o proprietário da carga enfrenta uma corrida contra o tempo para registrar o metal na alfândega local, assim que a embarcação chegar. Segundo analistas, esse procedimento pode ser mais eficiente no Havaí, que é uma escala pouco comum para cargas de cobre, elevando a incerteza sobre o desembaraço. “É difícil dizer quão eficiente será, visto que é um destino tão atípico para essa carga”, avaliou Ben Ayre, analista-chefe de transporte marítimo de granéis da Kpler.

Expedição de três navios com cobre chileno na América Latina

Além do graneleiro australiano, outros três navios carregados de cobre chileno estão em rota acelerada para os Estados Unidos. O navio Louise Auerbach, que está próximo do porto de Buenaventura, na Colômbia, tem previsão de chegada a Tampa, na Flórida, para 28 de julho. Os navios BBC Norway e BBC Campana também estão embarcados, atualmente no Panamá e na costa norte do Chile, respectivamente.

Os carregamentos desses navios representam uma tentativa de passar pela alfândega americana antes de a tarifa elevar os custos de importação em mais de US$ 70 milhões, considerando uma carga típica de 15 mil toneladas. A viagem do Chile até os EUA dura aproximadamente de 10 a 15 dias, reforçando a ansiedade dos exportadores.

Impactos econômicos e estratégias de aproveitamento

Para mitigar o efeito das tarifas, exportadores tentam desembarcar as cargas na primeira escala nos EUA ou pagar taxas preferenciais, reduzindo o tempo de espera por liberação. Segundo fontes do setor, a alta dos preços do cobre nos EUA também beneficiou tradings como Glencore, Mercuria, Trafigura e IXM, que enviaram grandes volumes ao país desde que Trump ordenou, em fevereiro, uma investigação sobre o impacto do cobre estrangeiro.

Essa estratégia gerou lucros recordes para as tradings, já que uma tarifa de 50% pode significar um custo adicional de quase US$ 5 mil por tonelada importada. Com o cobre negociado a cerca de US$ 9.900 a tonelada na Bolsa de Londres, a tarifa imposta pelo governo americano representaria um custo de aproximadamente US$ 4.950, o equivalente a quase o mesmo valor de lucro se a carga for desembarcada antes da entrada em vigor.

Repercussões e perspectivas futuras

Especialistas alertam que essa corrida pelo carregamento antes da tarifa pode refletir na dinâmica do mercado global de cobre nos próximos meses. Se os carregamentos forem bem-sucedidos, o impacto financeiro nas tradings será significativo, além de aumentar a volatilidade na bolsa de Nova York, onde os preços oscilaram após o anúncio de Trump e continuam em alta.

Enquanto isso, o Departamento de Justiça dos EUA promete aumentar a fiscalização e processar quem tentar burlar as tarifas. A expectativa é que o governo atualize as regras e implemente procedimentos mais rígidos para garantir o cumprimento da política tarifária. Fonte: Globo

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