Na semana passada, a atriz e ativista Laverne Cox utilizou suas redes sociais para falar sobre seu relacionamento de quatro anos com um policial de Nova York que vota na linha do movimento MAGA, adversária do seu posicionamento progressista. A revelação aconteceu durante a promoção de seu próximo espetáculo, “Gurrl How Did I Get Here?”, na City Winery, em Nova York, onde ela discorre sobre sua trajetória e experiências pessoais.
Laverne Cox e o relacionamento com o policial MAGA
Na postagem, Cox explicou que conheceu seu ex-namorado há cinco anos, durante o auge da pandemia, e que os dois tinham uma conexão forte, apesar das diferenças políticas. “Ele é um policial da polícia de Nova York, de olhos azuis, cabelo louro e um votante MAGA”, disse Cox, ressaltando que, na época, não conhecia suas opiniões políticas, pois eles tinham começado a se comunicar pelo Tinder, sem informações prévias sobre suas posições ideológicas.
Ela afirmou que o relacionamento foi baseado no amor e na tentativa de compreender as diferenças, mesmo tendo posições políticas divergentes. “Ele é uma pessoa com um coração bonito, e nossa história foi realmente especial”, afirmou Cox, reforçando que manteve sua independência política durante os anos de namoro.
Reação às críticas e defesa do diálogo
Depois de publicar a revelação, Cox foi alvo de comentários negativos, que a acusaram de cometer uma traição à sua comunidade e valores. Em resposta, ela usou o Instagram novamente para esclarecer que sua relação não foi motivada por superficialidades, mas por uma conexão emocional real e pelo desejo de desafiar a lógica de que diferenças políticas deveriam destruir possíveis amizades ou relacionamentos.
“Fascismo não condiz com os meus valores. Sou antifascista e sempre questionei meu ex com amor e empatia”, explicou Cox. “Nunca adotei suas posições políticas. Na maior parte do relacionamento, não falávamos de política, especialmente de questões trans, que preferi deixar de lado para evitar conflitar no momento.” Ela também destacou que o ódio dirigido a pessoas com diferentes opiniões políticas é uma forma de desumanização perigosa.
Contexto político e alinhamento com seus posicionamentos
Ela ainda reforçou sua postura de independência até 2020, quando se registrou como democrata para votar em Bernie Sanders nas primárias. Cox destacou nunca ter votado em Trump e afirmou que o relacionamento não mudou sua visão sobre o movimento MAGA, amplamente considerado anti-trans e que promove políticas que desumanizam a comunidade LGBTQ+.
Segundo a atriz, a maior preocupação durante o namoro era lidar com a crescente ameaça às questões trans, especialmente após a eleição de 2020, quando ela previsivelmente alertou que propostas de retirada de cuidados de saúde e direitos trans estavam em pauta, mesmo que seu ex não estivesse por dentro de todas as ações do governo.
Perspectivas e enfrentamento de diferenças
Na conversa, Cox deixou claro que buscou construir uma relação baseada em diálogo e respeito, mesmo diante de divergências profundas. “Não é fácil amar alguém com opiniões tão diferentes, mas o amor verdadeiro implica em entender e desafiar com empatia”, afirmou. Agora, ela comenta que, com o cenário político atual, é necessário estabelecer limites claros para proteger seus direitos e valores, especialmente diante do aumento de ataques e políticas anti-LGBT+.
Para quem questiona a autenticidade do seu amor ou a lealdade à comunidade, Cox reforçou: “Não acho que a pessoa a quem amei me desumanizou, e ela nunca me desrespeitou. Nosso relacionamento foi um exemplo de como o diálogo pode existir mesmo em tempos de conflito político.”
Por fim, ela reforçou sua postura de não julgar pessoas por suas diferenças, defendendo que é possível amar além das linhas partidárias, desde que o respeito seja mútuo. Assista ao vídeo completo de quase 55 minutos no Instagram para entender toda essa história em detalhes: clique aqui.