A inflação de julho, medida pelo IPCA-15, acelerou para 0,33%, após fechar junho com alta de 0,26%. O resultado ficou levemente acima das expectativas do mercado, que aguardava 0,31%, conforme pesquisa do Valor Data. Em doze meses, a inflação acumula 5,30%, próximo ao esperado, de aproximadamente 5,28%, segundo o IBGE, divulgado nesta sexta-feira.
Reajustes na conta de luz refletem na inflação
Dos nove grupos analisados pelo IBGE, o setor de Habitação apresentou a maior variação, de 0,98%, influenciada pelo aumento na conta de energia elétrica. O custo da energia subiu, em média, 3,01% em julho, influenciado por três fatores principais. Um deles é a manutenção da bandeira vermelha, patamar 1, que cobra um adicional de R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos, desde o mês passado.
Além disso, reajustes tarifários realizados por concessionárias em cidades como Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba e São Paulo contribuíram para o aumento. Também houve alterações no valor da taxa de água e esgoto em Brasília e Curitiba, que impactaram o índice.
Queda nos preços de alimentos ocorre pela segunda vez consecutiva
Os preços de alimentos e bebidas, que representam uma parcela significativa do orçamento de famílias de baixa renda, registraram a segunda queda mensal seguida, de 0,06%, após uma redução de 0,02% em junho. O custo da alimentação no domicílio caiu 0,4% em julho, principalmente devido à redução nos preços da batata-inglesa (-10,48%), cebola (-9,08%) e arroz (-2,69%). Em contrapartida, o tomate teve alta de 6,39%, após uma queda de 7,24% no mês anterior.
Na alimentação fora de casa, os preços aceleraram de 0,55% em junho para 0,84% em julho. Os custos de lanche e refeições apresentaram aumento médio de 1,46% e 0,65%, respectivamente.
Variação dos grupos em julho
- Alimentação e bebidas: -0,06%
- Artigos de residência: -0,02%
- Comunicação: 0,11%
- Despesas pessoais: 0,25%
- Educação: 0,00%
- Habitação: 0,98%
- Saúde e cuidados pessoais: 0,21%
- Transportes: 0,67%
- Vestuário: -0,10%
Próxima reunião do Copom influencia expectativas
O resultado do IPCA-15 de julho contribui para o ajuste das expectativas dos analistas em relação à próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que ocorrerá entre os dias 29 e 30 de julho. Na pauta, a definição da taxa básica de juros, atualmente em 15% ao ano, considerada uma das mais altas do mundo.
A expectativa é que o ambiente inflacionário mais controlado influencie a decisão do Copom, que busca equilibrar crescimento econômico e controle dos preços.
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