Brasil, 26 de julho de 2025
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Impacto do tarifaço de Trump nas exportações baianas

O tarifaço de Trump pode afetar graves exportações da Bahia, especialmente em commodities agrícolas e minerais.

No primeiro semestre de 2025, as exportações da Bahia enfrentaram um cenário desafiador, destacando-se em produtos como soja, combustível, celulose, ouro e algodão. Com um volume de negócios que alcançou a cifra de US$ 5,3 bilhões, as exportações baianas estão sujeitas a fatores externos que colocam em risco sua continuidade, especialmente devido às tarifas elevadas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Os principais produtos exportados pela Bahia

Segundo a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), esses cinco produtos representaram mais da metade das vendas externas do estado entre janeiro e junho de 2025. A China é o principal comprador, respondendo por 23,6% das exportações, seguida por Canadá (9,4%), Estados Unidos (8,3%), Singapura (7,9%) e Argentina (6,2%). O gerente do Observatório da FIEB, Ricardo Menezes Kawabe, destaca que o aumento do consumo de celulose e soja pelos chineses é um sinal positivo para a produção baiana.

Queda nas exportações e aumento das tarifas

No entanto, um relatório recente aponta que as exportações baianas sofreram uma queda de 1,36% em relação ao mesmo período do ano anterior, principalmente devido à diminuição dos preços internacionais. Com a nova política de tarifas de 50% sobre produtos exportados pelo Brasil, os produtores baianos expressam preocupação com a possibilidade de encerramento de contratos.

“As expectativas para o segundo semestre dependem das negociações em torno das tarifas de Trump. Sem um acordo, o impacto pode ser muito negativo para o comércio baiano e brasileiro”, afirmou Kawabe. Especialistas alertam que o governo estadual, em conjunto com o setor privado, deve se mobilizar para buscar alternativas que minimizem os impactos da implementação do “tarifaço”.

A Bahia e suas exportações para os Estados Unidos

Apesar das dificuldades, a Bahia permanece como o décimo estado brasileiro com maior volume de exportações para os Estados Unidos, que representam 1% do seu Produto Interno Bruto (PIB). A FIEB destaca que 90,6% das exportações para o país são oriundas da indústria de transformação, com produtos como celulose, manteiga, pneus, combustíveis, café e água de coco.

No primeiro semestre de 2025, os Estados Unidos geraram para a Bahia cerca de US$ 440 milhões em receita, valor que em reais corresponde a aproximadamente R$ 2,4 bilhões, reforçando a importância desse mercado para a economia local.

Soja, uma potência nas exportações

Um dos principais produtos na pauta de exportações baiana, a soja, ultrapassou o óleo combustível em vendas para o exterior. De acordo com a Superintendência de Estudos Econômicos (SEI), a produção estimada de soja é de 8,61 milhões de toneladas, apresentando um crescimento de 14,3% em relação a 2024. Com uma área plantada de cerca de 2,14 milhões de hectares, o estado tem se destacado na produção desse grão, que representa 16% de suas exportações nos primeiros seis meses do ano.

Desafios do mercado global e perspectivas futuras

O aumento nas vendas de óleo combustível desde 2022 é atribuído a fatores como a alta demanda global pós-pandemia e a instabilidade causada pela guerra entre Ucrânia e Rússia, que afetou as negociações do petróleo. Regiões como São Francisco do Conde e Camaçari são reconhecidas por sua produção, que compõe 13% das exportações baianas.

Além dos desafios tributários, a Bahia está começando a explorar novas estratégias de mercado. O programa “Onde Tem Bahia”, que estreou recentemente, foca em mostrar as riquezas do estado e como elas geram oportunidades no trade internacional. Essa iniciativa mostra que, apesar dos obstáculos, há um movimento crescente em direção à valorização da produção local.

O impacto do tarifaço de Trump continua a ser um ponto crítico para pautar discussões sobre como o setor produtivo baiano deverá se adaptar e inovar para sair fortalecido nesta nova corrente econômica. O apoio do governo e a busca por negociações favoráveis são fundamentais para garantir a sustentabilidade e o crescimento das exportações baianas no futuro.

Embora o cenário atual apresente desafios significativos, a adaptabilidade e resiliência dos produtores baianos poderão ser a chave para superar as adversidades e manter suas exportações em alta no mercado global.

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