A Organização das Nações Unidas para Refugiados (UNRWA) revelou que atualmente uma em cada cinco crianças em Gaza sofre de desnutrição, com casos que continuam a aumentar diariamente. A crise alimentícia está agravando a situação de vulnerabilidade na faixa de Gaza, onde mais de 100 pessoas, na maioria crianças, já morreram de fome.
Crise de fome em Gaza reforçada por bloqueios e conflitos
Em uma publicação recente na plataforma X, o comissário-geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, afirmou que “quando a desnutrição infantil aumenta, os mecanismos de enfrentamento falham, o acesso a alimentos e cuidados desaparece, e uma fome silenciosa começa a se desdobrar”.
Segundo dados da organização, a população de Gaza vive uma deterioração progressiva, com muitas famílias incapazes de atender às necessidades básicas. “As pessoas em Gaza estão entre a vida e a morte, são verdadeiros cadáveres ambulantes”, descreveu Lazzarini. Ele acrescentou que as crianças estão “emaglacadas, fracas, com alto risco de falecer caso não recebam o tratamento de emergência”.
Apelo por ajuda humanitária irrestrita
“Pais estão demasiadamente famintos para cuidar de seus filhos”, comentou o diretor da UNRWA, destacando que “as famílias não suportam mais, estão desintegrando-se, incapazes de sobreviver”. Lazzarini explicou ainda que “quem consegue chegar às clínicas da UNRWA não tem energia, comida ou recursos para seguir as orientações médicas”.
Ele reforçou que “a crise se aprofunda e afeta todos, inclusive os profissionais de saúde na linha de frente, que sobrevivem com uma única refeição por dia, ou às vezes, nenhuma”. A destruição do sistema de auxílio humanitário coloca em risco toda a população, que experimenta uma colapsar do sistema de assistência.
Impacto do conflito na assistência médica e humanitária
Na mesma linha, o padre Gabriel Romanelli, pároco de Gaza, em entrevista à EWTN no dia 24 de julho, alertou para a gravidade da fome na região. Ele destacou que “há uma necessidade urgente, especialmente de alimentos e medicamentos”.
Recentemente, Romanelli foi ferido durante o ataque à Igreja da Família Sagrada, na qual informou que, apesar do conflito e da escassez de recursos, “quase nenhuma ajuda entrou na parte norte de Gaza”.
“Insistimos e imploramos para que uma assistência humanitária em grande escala seja permitida na região. Embora alguns caminhões sejam roubados ocasionalmente, isso não justifica a interrupção de toda a ajuda. Quanto mais ajuda for enviada, menor será o risco de furtos”, pediu o padre.
Respostas da comunidade internacional e apelos por paz
Diante desta crise, o papa Leo XIV reiterou, em várias ocasiões, a necessidade de “uma cessação imediata da barbárie” e clamou por uma resolução pacífica do conflito. Em uma de suas declarações, ele destacou a importância de “respeitar as leis humanitárias, proteger os civis, e evitar punições coletivas, força indiscriminada e deslocamentos forçados”.
Enquanto isso, organizações humanitárias continuam a apelar por acesso irrestrito de ajuda e por uma solução que traga paz e segurança para Gaza, onde a fome ameaça se transformar em uma tragedia ainda maior.
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