Brasil, 31 de julho de 2025
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Desigualdade social e inflação preocupam brasileiros, aponta pesquisa

A pesquisa “What worries the world” revela que a preocupação dos brasileiros com a desigualdade social e inflação aumentou em julho.

Um novo relatório da pesquisa “What worries the world”, realizada pelo instituto Ipsos, revela que, em meio a debates sobre a taxação das grandes fortunas e tarifas altas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, a população está cada vez mais preocupada com a desigualdade social e a inflação no Brasil. Os dados demonstram que a falha na distribuição de renda e a polarização social são questões urgentes que exigem atenção especial.

Aumento das preocupações sociais

Segundo o estudo, houve um aumento significativo de três pontos percentuais na porcentagem de brasileiros que acreditam que o país está seguindo pelo caminho errado, com um total de 66% de insatisfeitos. Marcos Calliari, CEO da Ipsos, destaca que essa percepção de estagnação ou retrocesso está diretamente relacionada à persistência do crime como uma das principais preocupações da população, citada por 41% dos entrevistados.

A preocupação com a corrupção segue como uma questão relevante, com 32% de citação, embora tenha registrado uma queda de dois pontos percentuais em relação ao mês anterior. O dado mais alarmante, no entanto, é o crescimento da ansiedade com a desigualdade social, que subiu para 36%, superando a média global de 29%. A inflação, por sua vez, apresentou um leve aumento de um ponto percentual, refletindo a instabilidade econômica.

Pressão nas periferias

Calliari comenta que, mesmo sem grandes oscilações nos preços de bens essenciais, a inflação continua a ser uma preocupação devido ao seu efeito corrosivo no poder de compra, especialmente para as famílias mais vulneráveis e nas periferias urbanas. “O impacto da inflação é sentido mais intensamente entre aqueles que já enfrentam dificuldades financeiras”, afirma Calliari.

Respostas do governo e cenário político

Em meio a um cenário de crescente descontentamento, o governo do presidente Lula buscou reverter a situação investindo em discursos que enfatizam a taxação dos mais ricos e a isenção do Imposto de Renda para aqueles que recebem até R$ 5 mil. Essa estratégia visa reaproximar o governo de sua base histórica e demonstrar um compromisso com a justiça social.

Além disso, em um contexto próximo das eleições de 2026, o governo debate reforçar sua posição ao alegar que está combatendo o privilégio dos ricos em favor dos mais pobres. Assessores de Lula acreditam que essa retórica pode ajudar a construir uma identidade para seu terceiro mandato, especialmente em tempos em que é desafiado a apresentar resultados tangíveis de sua administração.

Medidas propostas e novas estratégias

Para enfrentar essas preocupações sociais, o governo planeja usar propostas como a taxação de indivíduos de alta renda, além de revisar a jornada de trabalho semanal e combater os supersalários no funcionalismo público como pilares de sua gestão. Essa abordagem visa, ao mesmo tempo, oferecer esperança aos mais pobres e desconstruir as críticas sobre a eficácia da administração atual.

Metodologia da pesquisa

A pesquisa “What worries the world” foi realizada através de um painel online que coletou respostas de 25.703 pessoas em 30 países entre os dias 20 de junho e 4 de julho. No Brasil, cerca de mil respondentes, com idades entre 16 e 74 anos, participaram do estudo. O Ipsos ressalta que a amostra pode não refletir exatamente o total da população brasileira, mas sim uma fração mais conectada e situada em centros urbanos, com maior poder aquisitivo e nível educacional elevado.

Esses dados revelam um cenário desafiador para o Brasil, onde a luta contra a desigualdade e a inflação se torna não apenas uma questão econômica, mas também um tema central nas discussões políticas e sociais. As próximas ações do governo e a resposta da população serão cruciais para entender como o país irá evoluir frente a essas preocupações.

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